Moscou, 29 out (RV) - Dois sacerdotes da Companhia de Jesus foram encontrados
mortos nesta terça-feira, na casa em que moravam, em Moscou, capital da Rússia.
Trata-se
dos jesuítas Pe. Otto Messmer e Pe. Victor Betancourt, encontrados mortos no apartamento
pertencente à Companhia de Jesus, situado na Rua Petrovka, no centro de Moscou. Os
corpos foram encontrados por um confrade que foi à casa deles, por volta das 21h,
preocupado porque não respondiam aos telefonemas.
A notícia foi confirmada
pela Conferência Episcopal Russa numa nota difundida nesta quarta-feira.
Pe.
Messmer, de 47 anos, era russo e, desde 2002, era o superior da região independente
russa da Companhia de Jesus. Pe. Betancourt, de 42 anos, era equatoriano e trabalhava
na Rússia desde 2001. Era o responsável pela preparação dos candidatos à Companhia
de Jesus. Este ano, passou a ser o representante dos jesuítas no Instituto de Filosofia,
teologia e história "Santo Tomás de Aquino", de Moscou.
Os dois sacerdotes
desempenhavam suas atividades pastorais na Igreja de São Luís dos Franceses, de Moscou.
Segundo os jesuítas e os bispos russos, os dois sacerdotes foram assassinados em momentos
diferentes. "A Igreja Católica na Rússia _ ressaltam os bispos na nota _ sofreu com
essa grande perda e reza pelos assassinos, a fim de que Deus lhes conceda a graça
do arrependimento."
Na noite desta quarta-feira, o arcebispo da Arquidiocese
moscovita da "Mãe de Deus" celebrará uma missa na Catedral da Imaculada Conceição,
em sufrágio da alma dos sacerdotes assassinados.
O diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, disse hoje, numa nota, que a polícia está investigando
sobre o caso, e que parece que a agressão tenha sido perpetrada com um objeto contundente.
"A agressão a Pe. Betancourt ocorreu, provavelmente, no final da semana passada.
De fato _ diz Pe. Lombardi _ o sacerdote não compareceu para celebrar a missa, como
de costume. Pensou-se que ele estivesse doente."
Pe. Messmer estava na Alemanha,
e voltou a Moscou nesta segunda-feira à noite. Um jesuíta que mora numa outra comunidade,
preocupado com o silêncio dos sacerdotes, que não respondiam ao telefone, foi ontem
ao apartamento e encontrou os corpos das vítimas, avisando logo a polícia.
"O
Prepósito Geral dos Jesuítas, Pe. Adolfo Nicolas, convidou todos os jesuítas à oração,
ao conforto e à solidariedade aos confrades da região independente russa, e manifestou
sua proximidade, assim como a de toda a Companhia de Jesus aos familiares das vítimas"
_ finaliza Pe. Lombardi. (MJ)