Cidade do Vaticano, 28 out (RV) - No último domingo, durante o Angelus Bento
XVI fez um novo apelo pelo Iraque e Índia, a fim de que as comunidades cristãs retornem
à pacífica convivência e se acabem as violências e perseguições que nas últimas semanas
provocaram numerosas vítimas. Como foram acolhidas as palavras do Santo Padre pelos
cristãos que naqueles países estão vivendo momentos dramáticos? A Rádio Vaticano entrevistou
padre Renato Sacco, de Pax Christi, que retornou recentemente do Iraque:
R.
Quando o Papa faz referência a uma situação difícil, para quem está envolvido nela,
o coração se abre. Pude verificar isso pessoalmente quando me encontrava no Iraque
durante a guerra. Por isso, é um grande conforto e transmite esperança. Para essas
pessoas é grande o perigo de também perderem a esperança, esperança em todas as
instituições e, muitas vezes, também na Igreja. O Papa deu a eles um grande sinal
de esperança para continuar na luta, para esperar na vida, para não fugir, e creio
que estas palavras são um convite também para nós, para não esquecê-los.
P.
Poderão se verificar respostas concretas a este apelo?
R. Nós esperamos que
sim, pois, é verdade que essas violências são certamente o fruto de um jogo político,
de um cálculo de poder, mas a comunidade internacional não pode deixar de ouvir esse
apelo. Recordamos também que João Paulo II muitas vezes chamou a atenção da comunidade
internacional a não fazer guerra, a assumir as suas responsabilidades, a não embocar
esta estrada, mas tudo foi feito ao contrário! Todavia, nós esperamos que desta vez
não seja assim e que a comunidade internacional não fique surda!
Em uma entrevista
concedida à RV, o cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, afirma
que o tema das perseguições aos cristãos foi muito discutido no recém-concluído Sínodo
dos Bispos. Ouça: