CARDEAL MARADIAGA: ENCONTRO IBERO-AMERICANO TENDE A IMPOR POLÍTICAS CONTRA NATALIDADE
Tegucigalpa, 27 out (RV) - O cardeal-arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, Oscar
Andrés Rodríguez Maradiaga, e seus bispos auxiliares, expressaram sua preocupação
pelo conteúdo e pelos valores que serão promovidos no XVIII Encontro de Cúpula Ibero-americano
de chefes de Estado e de Governo, que se realizará de quarta a sexta-feira desta semana
em San Salvador. O encontro terá como tema "Juventude e desenvolvimento".
O
comunicado dos bispos tem como título "A dignidade do ser humano é inviolável". Em
primeiro lugar, os prelados hondurenhos recordam o artigo 1º da Constituição do país
que, de modo claro e incontestável, afirma:
"Honduras é um Estado de direito,
soberano, constituído como república livre, democrática e independente para assegurar
a seus habitantes o gozo da justiça, da liberdade, da cultura e do bem-estar econômico
e social."
No comunicado, os prelados dirigem-se ao presidente da nação, Manuel
Zelaya, para explicar as razões pelas quais o chefe do Estado "deve analisar o texto
com maior profundidade" antes de assinar a Declaração de San Salvador.
O arcebispo
de Tegucigalpa e seus bispos auxiliares chamam a atenção para o fato que "as verdadeiras
intenções não são claras e o texto da declaração apresenta muitas ambigüidades, que
dariam como resultado a aplicação de políticas públicas nocivas, impostas por outras
realidades que atentam contra a educação e o desenvolvimento integral dos nossos jovens"
_ observam.
Além disso, o documento-base "tende a impor políticas anti-natalidade"
que manifestam "uma forma de opressão ideológica por parte dos países ricos diante
dos quais estamos em via de desenvolvimento".
Os bispos recordam ainda o artigo
59 da Constituição hondurenha: "A pessoa humana é o fim supremo da sociedade e do
Estado. Todos têm a obrigação de respeitá-la e protegê-la. A dignidade do ser humano
e inviolável". E o artigo 65 diz que "o direito à vida é inviolável". (RL)