2008-10-25 19:05:49

ENCONTRO NO VATICANO: "CRISE FINANCEIRA CRIA ABISMOS ENTRE PAÍSES RICOS E POBRES"


Cidade do Vaticano, 24 out (RV) - A crise financeira cria abismos entre Países ricos e pobres e a Santa Sé faz sua a denúncia do grupo de especialistas convocados ontem no Vaticano: também as ajudas ao desenvolvimento, em si, são na realidade investimentos que beneficiam somente quem o faz, um princípio que deve ser revertido o quanto antes, se se deseja voltar a uma “economia com ética” e relançar um “desenvolvimento real”.

Em vista do próximo encontro entre os líderes mundial em Doha, no Catar, sobre o financiamento ao desenvolvimento, o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz convocou uma dezena de peritos mundiais. “As intervenções dos países do Norte do mundo, aqueles ricos que deveriam apoiar o desenvolvimento dos Países do Sul, aqueles pobres – foi dito durante o encontro realizado a portas-fechadas, segundo quanto refere o jornal L’ Osservatore Romano – são no fim, financiamentos dos países do sul em favor daqueles do norte.

O motivo é simples, como destacaram os especialistas: o que é produzido com o financiamento externo não permanece no país onde foi feita o interevenção, e não entra no seu sistema econômico, mas é englobado no ciclo de produção do país financiador. E o resultado é notável, pois é um investimento produtivo. Para cada euro investido, por exemplo, há um retorno de oito euros. Mas quem lucra com isso é somente o país financiador”.

“Um mecanismo que não tem nada a ver com os projetos de financiamento para o desenvolvimento – escreve o jornal l'Osservatore romano – e que é difícil derrotar. Basta pensar que os acordos assinados seis anos atrás ainda não foram aplicados”. “Em Monterrey, seis anos atrás foram proferidas muitas belas palavras – escreve ainda o jornal vaticano – mas na realidade, as ações foram muito poucas”.

Do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz eleva-se então um apelo aos Governos, recordando a eles a “responsabilidade ética e moral” assumida com o ‘Monterrey consensus’. “Somente nesta ótica – disse o cardeal Martino, presidente do organismo vaticano – Doha poderá dar os resultados esperados”. (SP)







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