2008-10-24 13:41:26

Apresentado o relatório 2008 - liberdade religiosa no mundo.


(24/10/2008) Mais de 60 países em todo o mundo violam “gravemente” a liberdade religiosa. O número é lançado no “Relatório 2008 - Liberdade Religiosa no Mundo”, publicado pela organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Segundo a publicação, com mais de 600 páginas, os casos mais dramáticos no período estudado registaram-se na Índia, Paquistão, Arábia Saudita e Eritreia, nações onde a liberdade de culto é negada de maneira mais violentas e nas quais os crentes são perseguidos, nalguns casos até à morte.
Esta nova edição do "Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo" retrata uma situação crítica, a nível mundial, da liberdade de culto. Os conflitos militares, o terrorismo e as ditaduras contribuíram, entre outras causas, para as situações mais alarmantes.
O relatório analisa a situação da liberdade religiosa em cada país, com base nos testemunhos de representantes da Igreja local, documentos oficiais, artigos de agências de notícias e outros media especializados em assuntos religiosos, bem como nas informações fornecidas por organizações de direitos humanos.
O estudo assinala que a perseguição religiosa está a aumentar em todo o mundo. O presidente da AIS, Pe. Joaquín Alliende, frisou no lançamento do relatório, em Roma, que “sem liberdade religiosa não há democracia nem paz no mundo”.
O sacerdote chileno declarou que a obra “responde a uma necessidade cada vez mais sentida pela opinião pública de conhecer a situação real dos direitos humanos em geral, e da liberdade religiosa em particular, como direito inalienável de todo o ser humano”.
O presidente da AIS destaca o carácter “não-confessional” do relatório, que não analisa apenas a situação dos católicos.
Entre as principais preocupações apresentadas, está a da Índia, que piorou nos últimos anos, apesar de a Constituição reconhecer a liberdade religiosa.
“Trata-se de uma perseguição que é aproveitada e financiada por pessoas que querem manter a população ao nível da escravidão”, explicou na conferência de imprensa o Pe. Bernardo Cervellera, director da agência AsiaNews e um dos redactores do relatório.
O estudo analisa também a situação no Iraque, onde desde finais de Setembro duas mil famílias cristãs tiveram de abandonar Mossul.
Lista negra
No relatório é apresentada uma lista de países nos quais se registaram “graves limitações à liberdade religiosa”. Entre eles encontram-se a China, Cuba, Coreia do Norte, Irão, Nigéria, Myanmar (ex-Birmânia), Laos, Arábia Saudita, Paquistão e Sudão.
Em seguida, consta uma lista de países nos quais se verificam “limitações legais à liberdade religiosa”, entre os quais se encontram Afeganistão, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Bielorrússia, Bolívia, Egipto, Eritreia, Terra Santa (Israel e os territórios palestinos) e México.
A AIS fala ainda de países nos quais se registaram episódios de “repressão legal” e de países nos quais se registaram conflitos locais, analisados já noutras secções.
Segundo o Pe. Cervellera, um dado interessante a reter é que as violações à liberdade religiosa “se devem cada vez menos a causas ideológicas e cada vez mais a motivos de poder”.
Nalguns casos, como por exemplo na China, “o receio de abrir-se à liberdade de culto coincide com o temor de deixar espaços a outras liberdades”.









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