Diferença crescente entre ricos e pobres,é injusta e imoral
(21/10/2008) O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade
(CNIS), padre Lino Maia, considerou "injusto e imoral" o aumento do fosso entre ricos
e pobre em Portugal, segundo um estudo divulgado pela Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Económico ( OCDE ). Portugal é um dos países desta Organização
com maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos dos cidadãos, ao lado dos
Estados Unidos e apenas atrás da Turquia e México. No seu relatório "Crescimento
e Desigualdades", a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos
os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da Espanha, França e Irlanda, e
traduziram-se num aumento da pobreza infantil. Em reacção a este estudo, o padre
Lino Maia disse que "já havia a sensação que a situação se estava a agravar" em Portugal. "Esta
tendência tem de ser contrariada não por estar na cauda da OCDE, mas porque é uma
situação injusta e imoral", justificou. Para o presidente da Confederação Nacional
das Instituições de Solidariedade esta tendência só será contrariada "com medidas
correctivas". O padre Lino Maia considera que a medida mais importante a tomar
é a adopção de uma "nova política salarial", que se traduza por uma maior percentagem
de aumentos para quem ganha menos e menor para quem aufere salários superiores. Defende
também medidas "urgentes" de apoio às zonas mais deprimidas do país e uma "aposta
clara" na educação, que não apenas na escolaridade. É igualmente necessário promover
o "empreendedorismo e uma intervenção clara no ambiente e nas condições em que muitos
dos nossos concidadãos vivem", para alterar a situação de desigualdade no país, de
acordo com o padre Lino Maia.