(21/10/2008) Ultima semana de trabalhos da assembleia geral ordinária do Sínodo dos
Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. Os padres sinodais dedicam
esta jornada de terça feira á apresentação proposições finais que depois serão votadas
para eventuais emendas ou aprovação. Estas propostas serão apresentadas depois ao
Papa .
Meios informativos, sobretudo italianos, tiraram do contexto algumas
propostas apresentadas por grupos de trabalho do Sínodo, com o objectivo de criar
polémica entre a Igreja e o mundo muçulmano, num momento em que se prepara uma reunião
com representantes islâmicos. Este objectivo, contudo, não foi alcançado, de maneira
que continua a ser preparada a reunião que acontecerá no Vaticano a 4 e 5 de Novembro,
com o tema: «O amor de Deus no amor do próximo». O encontro, organizado pelo Conselho
Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, reunirá os delegados dos 137 signatários
– intelectuais e religiosos muçulmanos guiados pelo príncipe da Jordânia, Ghazi bin
Muhammad bin Talai – da carta aberta intitulada «Uma palavra comum». O encontro
foi apresentado à assembleia do Sínodo dos Bispos, na sexta-feira, 17 de Outubro,
pelo cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso. No
que se refere ao diálogo entre muçulmanos e católicos, o purpurado francês precisou
que o texto fundamental continua a ser a declaração do Concílio Vaticano II Nostra
Aetate. O cardeal referiu-se depois ao ponto 38 do relatorio, após o debate,
apresentado pelo cardeal Marc Ouellet, arcebispo de Quebeque, no qual se recolhia
a proposta surgida no Sínodo de organizar um foro cristão -muçulmano sobre a Palavra
de Deus para discutir e meditar juntos. O cardeal Tauran sugeriu que seria talvez
mais oportuno falar de um foro entre as religiões, pois os cristãos não compartilham
com os muçulmanos o Alcorão como revelação