SANTA SÉ NA UNESCO: LIBERDADE RELIGIOSA UNIFICA O SER HUMANO
Paris, 16 out (RV) - O Observador permanente da Santa Sé na Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mons. Francesco Follo,
falou sobre a liberdade religiosa na sessão dedicada aos 60 anos da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, realizada nesta terça-feira na sede da organização, em Paris.
O
Mons. Follo recordou que o direito à liberdade religiosa é expressão de uma dimensão
constitutiva da pessoa humana, que não pode ser negada ou esquecida. Portanto, não
deve ser reconhecida somente no que diz respeito à dimensão do culto ou do ritual
em sentido estrito, mas também no que diz respeito à vida humana em geral, no campo
da instrução e da informação.
A liberdade de religião não exclui outras dimensões
do ser humano, como o da cidadania, mas, ao contrário, é direcionada ao Absoluto,
unifica o ser humano ao invés de fragmentá-lo e auspicia uma verdadeira fraternidade
entre os homens.
"Mais aumenta a população, analisou, mais a questão dos direitos
humanos se amplia e se torna complexa, já que se trata de 193 países no mundo, com
seis mil línguas e 7.500 etnias. Neste contexto, o papel social, e não somente privado,
da religião é sempre mais reconhecido."
"Os direitos humanos – disse mons.
Follo – se demonstraram um modo eficaz para preservar a paz no mundo. Por isso, mesmo
com uma realidade multiforme e diversificada, não devemos ceder à tentação de interpretações
relativistas dos direitos humanos ou de uma fragmentária e irregular aplicação segundo
a vontade de quem governa. Isso significaria satisfazer exigências específicas, ignorando
as legítimas exigências da pessoa humana, à qual esses direitos foram reconhecidos."
(BF)