2008-10-16 12:53:35

PAPA PEDE SENSO DE JUSTIÇA E GENEROSIDADE NO COMBATE À FOME


Cidade do Vaticano, 16 out (RV) – Bento XVI enviou uma mensagem ao diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que se celebra nesta quinta-feira- O tema deste ano é "A segurança mundial: os desafios das mudanças climáticas e das bioenergias".

O Dia Mundial da Alimentação se celebra, este ano, num momento particularmente difícil para a situação nutricional em todo o mundo. Os alimentos disponíveis não são suficientes para a demanda do consumo, e as condições climáticas contribuem para colocar em perigo a sobrevivência de milhões de homens, mulheres e crianças, obrigados a abandonar suas terras, em busca de nutrição. "Este é o momento em que todos, juntamente com a FAO _ diz o pontífice em sua mensagem _ devem responder com a solidariedade."

O papa indica uma medida que define como "corajosa", para combater a fome e a desnutrição: eliminar as razões que impedem o autêntico respeito da dignidade das pessoas. Os meios e os recursos hoje disponíveis, no mundo, podem satisfazer as necessidades, sempre crescentes, de todos. Assim sendo, "por que não podemos evitar que tantas pessoas sofram a fome até as conseqüências mais extremas?" _ questiona o Santo Padre

Por diversos motivos, coexistem a abundância e penúria de alimentos no mundo. "Podemos citar _ explica o papa _ a corrida ao consumo; a falta de vontade de Estados e grupos de países, de concluir negociações ou frear o egoísmo dos que atuam na especulação desenfreada que influi no mecanismo de preços e consumos.

Governos que não administram bem seus recursos, que são corruptos na administração dos bens públicos, e que investem progressivamente em armas e tecnologias militares, em detrimento das necessidades primárias das pessoas, desempenham um papel relevante na falta de alimentação para todos, denuncia o Santo Padre.

Uma campanha eficaz contra a fome exige bem mais do que o simples estudo científico sobre o combate às mudanças climáticas ou o destino da produção agrícola. "Antes de tudo _ ressalta o pontífice _ é necessário redescobrir o significado da pessoa humana em sua dimensão individual e comunitária; o fundamento da vida familiar; fonte de amor e afeto, e o sentido da solidariedade e da partilha."

É urgente o compromisso de promover uma justiça social efetiva na relação entre os povos, que nos conscientize de que os bens da criação se destinam a todos, e que, na comunidade mundial, a economia deve ser orientada para a divisão dos bens, para a sua durabilidade e para a repartição dos benefícios decorrentes. Esta é uma condição essencial para incrementar os níveis de produção, garantir a identidade das comunidades indígenas e, simultaneamente, dar paz e segurança no mundo, e garantir o acesso à terra, favorecendo os trabalhadores agrícolas e promovendo seus direitos.

Bento XVI garante ao diretor-geral da FAO que, nesse esforço, a Igreja Católica está ao lado da FAO, assim como, desde 1948, a Santa Sé tem seguido suas atividades e apoiado seus esforços, em defesa da causa do homem. Isso significa, concretamente, abertura à vida, respeito pela ordem da criação, e a adesão aos princípios éticos que constituem sempre a base do viver social.

Bento XVI encerra sua mensagem, invocando a benção do Senhor para todos os representantes das nações, a fim de que trabalhem com generosidade e senso de justiça, em favor das pessoas desamparadas. (CM/AF)







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