"Escutar e amar este nosso mundo, que Deus ama": pediu D. António Taipa, intervindo
no Sínodo. O sentido da sua intervenção explicado á Radio Vaticano.
(15/10/2008) Interveio nesta terça-feira, na assembleia sinodal, um dos delegados
da Conferência Episcopal Portuguesa, D. António Maria Bessa Taipa, bispo auxiliar
do Porto, que chamou a atenção para três aspectos que podem aperfeiçoar a visão proposta
no documento preparatório (Instrumentum laboris) deste Sínodo. No I Capítulo,
sugere que o mistério da Palavra de Deus seja também posto em relação com o mistério
da Eucaristia, pois que “é na Eucaristia que a Palavra de Deus, o Verbo feito Palavra,
se exprime em toda a sua força significativa e performativa”. Também no II Capítulo
se poderia estabelecer a relação entre a Sagrada Escritura, o mistério da Bíblia e
o mistério eucarístico – considerou D. António Taipa. “Se na Eucaristia temos o pão
consagrado, podemos também dizer que a Bíblia é a Palavra humana consagrada”. Ajudar-se-ia
assim a “encarar a Bíblia como um livro especial, santo, humano-divino”, considerando-a
e venerando-a no seu mistério. Finalmente, quando (no número 41, Capítulo V)
se fala das atitudes fundamentais para a escuta da Palavra de Deus, para além das
já mencionadas - fé, leitura assídua, estudo diligente, obediência, pobreza e liberdade
- conviria acrescentar também a “atenção ao mundo e à história, ao mundo dos homens”.
“Escutemos, vejamos, leiamos aquilo que acontece” – pediu o delegado português, que
acrescentou ainda: “Penso também que para tal é necessário amar este mundo, o nosso
mundo, que Deus amou e ama. Amá-lo nas suas dores e sofrimentos, nas suas desilusões
e angústias, na sua busca de paz e de vida digna e que tantas vezes toma um caminho
errado. Amá-lo também nas realizações a favor do homem e da sua dignidade de pessoa.
Isso ajudará a abrir à Palavra o caminho da sua actualização e aplicação (“aggiornamento”)
e permitiria penetrar na sua novidade sempre inesgotável, pelo confronto com a novidade
de cada época”. D. Antonio Maria Bessa Taipa explicou á Radio Vaticano o sentido
da sua intervenção