Crise financeira e diálogo com a Russia em debate em Bruxelas na reunião de chefes
de Estado e de Governo da UE
(15/10/2008) Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão debater, nesta
quarta e quinta feira em Bruxelas, a actual crise financeira, devendo adoptar uma
resposta coordenada, à semelhança da estratégia comum já acordada entre os países
membros da Zona Euro. Depois de os responsáveis governamentais de 15 Estados-membros
terem chegado a acordo, domingo passado, em Paris, sobre um plano de acção conjunto
para salvar os mercados financeiros, designadamente através de garantias bancárias
e injecções de capital na banca, a resposta comum à crise deverá agora ser alargada
aos restantes países da União, neste Conselho Europeu de Bruxelas. Além da crise
financeira, incontornavelmente o tema central da reunião, o Conselho Europeu discutirá
outros temas «quentes» da actualidade comunitária, como o processo de ratificação
do Tratado de Lisboa, na sequência do «não» irlandês, e o pacote energético e de combate
às alterações climáticas, que a presidência francesa da UE pretende «fechar» até final
do ano. Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia deverão passar para Novembro
a decisão de reiniciar o diálogo com a Rússia, sobre a parceria estratégica. Apesar
da notória vontade de reatar relações, a União Europeia vai esperar que Moscovo cumpra
integralmente o plano de retirada do território georgiano e tomar uma decisão a tempo
da próxima cimeira UE-Rússia, que terá lugar a 14 de Novembro. Os estados-membros
não estão de acordo quanto ao facto de a Rússia estar a cumprir o acordo de cessar-fogo
resgatado na presença do presidente da UE, Nicolas Sarkozy, em Agosto. Os 27 concordam
que é necessário voltar ao trabalho em conjunto, se mais não for, para assegurar o
fornecimento de energia, já que a Europa depende em grande parte do abastecimento
da Rússia. O adiamento da decisão permite à UE observar as negociações que hoje
têm lugar em Genebra sob a alçada das Nações Unidas, que deverão pôr à prova a estabilidade
do Cáucaso.