2008-10-14 14:17:12

SÍNODO: FIDELIDADE À PALAVRA DE DEUS QUANDO SE DEFENDE O OPRIMIDO


Cidade do Vaticano, 14 out (RV) - O bispo-auxiliar e vigário-geral de San Cristóbal de las Casas, México, Dom Enrique Díaz Díaz, afirmou perante a assembléia sinodal em andamento no Vaticano, que é preciso ter "fidelidade" à Palavra de Deus quando se defendem os oprimidos e os que sofrem, e que entre estes últimos estão os indígenas da América Latina.

Diante dos 253 bispos que participam da XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Dom Díaz recordou que, na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida, em maio de 2007, os prelados reiteraram que o serviço pastoral às comunidades indígenas exige anunciar Jesus Cristo e denunciar as situações de "pecado, as estruturas de morte, a violência e as injustiças internas e externas".

Os bispos também se comprometeram a fomentar o diálogo intercultural _ destacou Dom Díaz, acrescentando que teve início uma relação entre a Palavra e as culturas indígenas, "pois, de certo modo, a Bíblia está muito próxima a suas concepções e cosmogonias, por causa da cultura rural de ambas".

O prelado acrescentou que a criação, o conceito de Deus, o sentido da Redenção e da Cruz, e a vida em comunidade "dão muitas possibilidades para o encontro", porém advertiu que são culturas diferentes e que, por isso, é necessário caminhar com muito cuidado, "para não condenar o que não se entende, para esclarecer e dar valor à Palavra Revelada, evitando destruir culturas e ajudando a encarnar o Evangelho em nossos povos".

Dom Díaz Díaz lamentou as poucas traduções da Bíblia nos idiomas indígenas e afirmou que, enquanto a Palavra Revelada "não se tornar palavra viva, escrita em suas culturas e em suas vidas, será muito difícil que a mesma penetre nos seus corações e se encarne nesses povos".

O bispo-auxiliar de Potosí, Peru, Dom Ricardo Ernesto Centellas Guzmán se alinha com esse pensamento. Para ele, a Palavra de Deus e as culturas antigas e modernas são como mundos separados ou paralelos e, na verdade, são duas realidades intrinsecamente unidas e que "caminham com orientações totalmente distintas".

Dom Centellas Guzmán acrescentou que, na América Latina, ao longo dos séculos, as culturas indígenas caminharam de forma paralela ao processo de evangelização e que hoje, há "muitos batizados, mas poucos são os evangelizados".

O prelado peruano concluiu, dizendo que é necessário, ou melhor, urge mostrar ao mundo "uma nova maneira de ser Igreja". (SP)







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