SANTA SÉ: "JOVENS MIGRANTES CRIAM MUNDO MAIS SEGURO"
Bruxelas, 14 out (RV) - O secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para
os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, discursou hoje em Bruxelas,
na Bélgica, na conferência sobre imigração juvenil. O evento é organizado pela fundação
alemã Konrad Adenauer-Stiftung, que atua em 120 países em todo o mundo.
Dom
Marchetto citou estimativas segundo as quais 1/3 dos migrantes, em nível mundial,
têm entre 15 e 25 anos. A eles, acrescentam-se filhos de emigrados de primeira geração,
nascidos em contexto migratório. Portanto, afirmou o prelado, trata-se de um mundo
juvenil de vastas proporções, que enfrenta os desafios da integração, com problemáticas
particulares e necessidades de intervenções específicas.
Neste contexto, Dom
Marchetto afirmou que, hoje, a melhor contribuição eclesial está certamente no esforço
de criar uma sólida e fecunda cultura do diálogo, em nível ecumênico, inter-religioso
e intercultural.
"Com efeito, constata-se que a segunda e a terceira gerações
são caracterizadas por jovens que sofrem uma crise de identidade. Isso pode levar,
em última análise, a discriminações, que provocam, por sua vez, sentimentos contrastantes
com as sociedades locais", analisou Dom Marchetto.
Diante dessa situação,
a Igreja Católica sugere, de um lado, um maior conhecimento por parte dos europeus
das contribuições oriundas do exterior à cultura e à civilização européias e, de outro,
a reciprocidade do respeito e a aquisição do saber, das normas e dos costumes que
deram à Europa a sua fisionomia característica.
Além disso, o Pontifício Conselho
convida a apoiar os processos de integração, promovendo "a centralidade da pessoa,
a defesa dos direitos do homem e da mulher migrante e os de seus filhos, a tutela
e a valorização das minorias, inclusive dentro da Igreja, a importância do diálogo
e a contribuição específica da migração à paz universal".
Dom Marchetto recordou
que a presença dos imigrantes não é passageira, mas estrutural: "As jovens gerações
estão orientando diversamente o sentido comum, de uma percepção negativa da imigração
a uma positiva, e são eles que, apesar de tudo, estão criando um mundo mais seguro,
acolhedor e multicultural". (BF)