Melbourne, 14 out (RV) – “Uma derrota para a vida, para a sociedade, para a
convivência civil”. Uma autêntica “traição da humanidade às inocentes crianças não-nascidas”.
Dessa maneira o arcebispo de Melbourne, na Austrália, Dom Denis Hart, definiu, em
um discurso cheio de amargura – publicado pela agência Fides – a recente aprovação
da Lei sobre o aborto no Estado australiano de Vitória.
O arcebispo notou que
a Lei não servirá a reduzir o percentual de abortos clandestinos no Estado, mas servirá
de instrumento para matar mais de 20 mil crianças por ano, às quais será negado o
direito à vida.
A comunidade cristã local acolheu com tristeza o parecer favorável
do Parlamento Estadual, que deu sinal verde à nova Lei sobre o aborto. Os cristãos
organizaram nos dias passados marchas e vigílias de oração para sensibilizar a população,
a opinião pública e as autoridades políticas sobre o tema. Mas a discussão no Parlamento,
após um debate-maratona que se prolongou até o dia 8 de outubro, concluiu-se com um
voto favorável ao procedimento, apesar dos dois maiores partidos terem se dividido
entre os favoráveis e os contrários.
Nas comunidades cristãs de todas as confissões
evidencia-se uma grande desilusão. Entretanto, o arcebispo sublinhou, com uma decisão
definitiva e “irrevogável”, que os abortos não serão efetuados em hospitais ou estruturas
sanitárias católicas, pedindo que aos médicos católicos que trabalham em estruturas
públicas, seja concedida a possibilidade de objeção de consciência.
Segundo
os ativistas dos Movimentos pró-Vida, o voto terá um efeito devastador na sociedade,
sobretudo entre os jovens, pois apresenta uma cultura que promove a desvalorização
da vida humana, depreciando a experiência do dar a vida, do valor da relação entre
um homem e uma mulher e da sua missão de gerar. (SP)