2008-10-11 14:01:13

SINODO 2008 : "O mistério da incarnação da Palavra de Deus deve prosseguir hoje, na Igreja, através do sim dos seus filhos que incarnam, na vida, a palavra salvadora de Deus”.


(11/10/2008) A Palavra de Deus incarna-se no tempo e na história que nos é dado viver, tornando-se eficaz e sendo escutada só se se traduz em caridade, se entra em relação com os dramas e esperanças dos homens de hoje: sublinhou o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo de Nápoles, cidade bem conhecida mesmo a nível internacional pelas suas situações de emergência.
O purpurado não tocou tanto os aspectos exegéticos ou teológicos sobre a Palavra de Deus – tema desta assembleia sinodal. Falou antes do anúncio como relação viva com a história e com o sofrimento do homem, na vida quotidiana. Só assim, disse, a Escritura vive e volta a falar às pessoas.
É necessário “incarnar a Palavra de Deus no tempo e na história que nos é dado viver” – lê-se na síntese da intervenção, que foi divulgada. “Observar a Palavra significa antes de mais, como nos ensinou Jesus, testemunhá-la com a própria vida e traduzi-la em obras de caridade. Mesmo os aprofundamentos exegéticos, as múltiplas iniciativas catequéticas e todos os esforços visando um maior conhecimento correm o risco de não dar fruto se a Palavra não for vivida com coerência na vida quotidiana”.
“Para superar o drama da separação entre a fé e a vida e para fazer com que da Palavra brotem gestos e obras de caridade – prosseguiu o arcebispo de Nápoles – há que ir às nascentes, ou seja, à caridade: só o caridade vivida e praticada pode cimentar o tecido eclesial e abrir o caminho ao amor concreto. Os muitos pobres no corpo e no espírito, os pobres que enchem os caminhos das nossas cidades, os lugares do sofrimento como são os hospitais e as cadeias, representam outras tantas provas concretas da fidelidade à Palavra e da nossa capacidade de conformar a nossa existência com o “Evangelho vivo”, mais eloquente do que quaisquer palavras, porque se tornou “carne e sangue”.
O cardeal Sepe citou Paulo VI, que escreveu: “O homem de hoje escuta mais facilmente as testemunhas do que os mestres; e se escuta os mestres, é porque são testemunhas”. Há que reafirmar esta verdade elementar, mas tantas vezes ignorada – advertiu o arcebispo de Nápoles. “É preciso que também os padres, os diáconos e os catequistas sintam cada vez mais a urgência de confrontar-se seriamente com a Palavra de que são servidores”. “O mistério da incarnação da Palavra de Deus deve prosseguir hoje, na Igreja, através do sim dos seus filhos que incarnam, na vida, a palavra salvadora de Deus”.








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