2008-10-09 10:33:38

CARDEAL INDIANO PEDE PRESSÃO INTERNACIONAL EM AJUDA AOS CRISTÃOS


Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - Os cristãos continuam a ser perseguidos no estado de Orissa, na Índia, e o cardeal Telesphore Toppo, arcebispo de Ranchi e ex-presidente da Conferência Episcopal indiana, afirma: “Para enfrentar as violências anticristãs, é necessária a pressão da comunidade internacional”.

Em uma entrevista publicada pela agência Sir, o cardeal Toppo invoca especificamente ‘uma solução política’: “Precisamos de um governo que queira enfrentar estes problemas” – diz, denunciando também os limites impostos à Igreja indiana na ajuda a seus fiéis. “Não é fácil ter informações de Orissa, porque a situação não está normalizada. Muitos cristãos fugiram para as florestas e os campos, onde não podem receber ajudas humanitárias, porque não é permitido”.

“Assim, a Igreja, que sempre pôde se ativar quando terremotos e enchentes devastaram Orissa, não está podendo, nesta circunstância, levar ajuda às vítimas. A Índia é a maior democracia no mundo, mas em Orissa, não há sinal de democracia” – prossegue o cardeal Toppo.

Após a publicação da carta dos bispos indianos, em 26 de setembro, com propostas concretas para deter as violências, o governo, “ao que parece, começou a se mexer” – diz ainda o cardeal. “Muitas outras organizações e partidos estão agindo ou respondendo, negociando com os grupos terroristas. Isto não é suficiente, porque os cristãos de Orissa precisam de segurança, proteção e assistência; devem ser indenizados, porque suas casas foram destruídas e perderam tudo”.

Segundo os bispos indianos, não é suficiente punir os culpados. “As pessoas devem reconstruir suas existências, destruídas”. A respeito das conversões, o arcebispo de Ranchi recorda que não é verdade que os cristãos convertiam os hinduístas, mas, ao contrário, “nestes dias, registram-se conversões forçadas de cristãos”.

“Existe uma estratégia planificada contra os cristãos da diocese de Bhubaneswar – prossegue o card. Toppo -, porque ali, a Igreja estava crescendo, no respeito dos tribais e dos dálits, que recebiam instrução e tinham a chance de se emancipar social e economicamente. Agora, perderam tudo, inclusive a fé”.

Enfim, segundo o card. Toppo, a pressão internacional poderia ser maior, mas, todavia, “já ajudou um pouco, porque agora, os indianos temem que a situação possa ser vista por todos e se transformar numa vergonha nacional. “É uma questão de justiça e de direitos humanos – destaca. Vivemos em uma aldeia global. Quando os direitos humanos estão em jogo, outros países devem intervir”. (CM)








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