CARDEAL INDIANO PEDE PRESSÃO INTERNACIONAL EM AJUDA AOS CRISTÃOS
Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - Os cristãos continuam a ser perseguidos no
estado de Orissa, na Índia, e o cardeal Telesphore Toppo, arcebispo de Ranchi e ex-presidente
da Conferência Episcopal indiana, afirma: “Para enfrentar as violências anticristãs,
é necessária a pressão da comunidade internacional”.
Em uma entrevista publicada
pela agência Sir, o cardeal Toppo invoca especificamente ‘uma solução política’: “Precisamos
de um governo que queira enfrentar estes problemas” – diz, denunciando também os limites
impostos à Igreja indiana na ajuda a seus fiéis. “Não é fácil ter informações de Orissa,
porque a situação não está normalizada. Muitos cristãos fugiram para as florestas
e os campos, onde não podem receber ajudas humanitárias, porque não é permitido”.
“Assim, a Igreja, que sempre pôde se ativar quando terremotos e enchentes
devastaram Orissa, não está podendo, nesta circunstância, levar ajuda às vítimas.
A Índia é a maior democracia no mundo, mas em Orissa, não há sinal de democracia”
– prossegue o cardeal Toppo.
Após a publicação da carta dos bispos indianos,
em 26 de setembro, com propostas concretas para deter as violências, o governo, “ao
que parece, começou a se mexer” – diz ainda o cardeal. “Muitas outras organizações
e partidos estão agindo ou respondendo, negociando com os grupos terroristas. Isto
não é suficiente, porque os cristãos de Orissa precisam de segurança, proteção e assistência;
devem ser indenizados, porque suas casas foram destruídas e perderam tudo”.
Segundo
os bispos indianos, não é suficiente punir os culpados. “As pessoas devem reconstruir
suas existências, destruídas”. A respeito das conversões, o arcebispo de Ranchi recorda
que não é verdade que os cristãos convertiam os hinduístas, mas, ao contrário, “nestes
dias, registram-se conversões forçadas de cristãos”.
“Existe uma estratégia
planificada contra os cristãos da diocese de Bhubaneswar – prossegue o card. Toppo
-, porque ali, a Igreja estava crescendo, no respeito dos tribais e dos dálits, que
recebiam instrução e tinham a chance de se emancipar social e economicamente. Agora,
perderam tudo, inclusive a fé”.
Enfim, segundo o card. Toppo, a pressão internacional
poderia ser maior, mas, todavia, “já ajudou um pouco, porque agora, os indianos temem
que a situação possa ser vista por todos e se transformar numa vergonha nacional.
“É uma questão de justiça e de direitos humanos – destaca. Vivemos em uma aldeia global.
Quando os direitos humanos estão em jogo, outros países devem intervir”. (CM)