BISPOS FRANCESES PEDEM TRANSPARÊNCIA NA CRISE DOS BANCOS
Paris, 09 out (RV) - Os bispos franceses estão preocupados com a crise econômica
mundial. Em uma nota, divulgada ontem, o Conselho para questões familiares e sociais
da Conferência Episcopal francesa adverte: “nossas sociedades estão abaladas e como
sempre, as primeiras vítimas inocentes são os mais pobres”.
Segundo a nota,
assinada por seis bispos do Conselho, a crise revela que “se as lógicas financeiras
foram levadas ao extremo com o único objetivo de buscar o lucro imediato, haverá uma
série de conseqüências negativas”.
“Esta crise – escrevem ainda os bispos
– convida todos a questionar-se sobre nossos estilos de vida, nossa relação com o
dinheiro, o modo de fazer render nossa poupança e recorrer ao crediário”. Os bispos
franceses elogiam os esforços atuados pelos governos e responsáveis políticos para
remediar a esta crise mundial, mas afirmam também que é essencial que as medidas tenham
outro objetivo além da simples manutenção deste sistema, que revelou muitas fragilidades.
Os bispos aconselham a “promover a cooperação entre os Estados, principalmente
na Europa, e orientar as economias no sentido de colocá-las a serviço das pessoas
e não apenas do lucro”. “Isto – continuam – supõe uma reflexão ética e um compromisso".
Os bispos franceses pedem esta reflexão especialmente para as práticas especulativas
finalizadas à máxima rentabilidade no menor prazo possível. Pedem também que sejam
aplicados instrumentos que permitam conhecer o movimento do dinheiro e a identificação
do risco; que a economia desenvolva o recurso mais racional do crédito e enfim, que
o mercado financeiro se oriente ao serviço de uma economia produtiva e conforme às
exigências meio-ambientais. (CM)