A Igreja fale a todos os migrantes e vitimas da escravidão: Bento XVI na Mensagem
para o Dia Mundial do migrante e refugiado 2009
(8/10/2008) Anunciar o Evangelho a todos sem distinção de nacionalidade e de cultura
é a missão da Igreja e de cada um dos baptizados na era da globalização como no tempo
de São Paulo, ele mesmo migrante por vocação: afirma Bento XVI numa Mensagem para
o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que ocorre a 18 de Janeiro de 2009. A
atitude e as palavras de São Paulo – afirma o Papa - “constituem com efeito um ponto
de referência significativo também para aquele que se encontra empenhado no movimento
migratório contemporâneo”. De perseguidor dos cristãos, - recorda o Papa transformou-se
em apóstolo de Cristo. Guiado pelo Espírito Santo, prodigalizou-se sem reservas para
que fosse anunciado a todos, sem distinção de nacionalidade e de cultura, o Evangelho. Na
sua pregação não se esqueceu de ninguém. “ A sua vida e a sua pregação foram inteiramente
orientadas para fazer com que todos conhecessem e amassem Jesus, porque nele todos
os povos são chamados a tornar-se um só povo”. Também no presente, na era da globalização,
salienta Bento XVI na sua Mensagem -esta é a missão da Igreja e de todo o baptizado;
missão que, com atenta solicitude pastoral, se dirige também ao diversificado universo
dos migrantes – estudantes fora da própria sede, imigrados, refugiados, prófugos e
deslocados – incluindo aqueles que são vítimas das escravidões modernas, como por
exemplo no tráfico dos seres humanos. Bento XVI convida depois cada comunidade
cristã a propor a mensagem da salvação com a mesma atitude e o mesmo fervor do Apóstolo
das nações “tendo em consideração as diversas situações sociais e culturais, e das
particulares dificuldades de cada um em consequência da condição de migrante e de
itinerante”. “O seu exemplo seja também para nós estímulo para nos fazermos solidários
com estes nossos irmãos e irmãs e para promovermos, em toda a parte do mundo e com
todos os meios, a convivência pacífica entre diferentes etnias, culturas e religiões”.
Uma missão cujo motor é hoje como então – concluiu o Papa – a comunhão com Cristo
e com os seus sofrimentos e que abraça um modelo de Igreja “ não exclusiva mas aberta
a todos, formada por crentes sem distinção de cultura e de raça. “Todavia, não
é possível realizar esta dimensão de recíproco acolhimento fraterno, salienta depois
Bento XVI citando ainda São Paulo - sem a disponibilidade da escuta e da recepção
da Palavra pregada e praticada” e por conseguinte, quanto mais a comunidade estiver
unida a Cristo, tanto mais se tornará solícita em relação ao próximo, evitando o
juízo, o desprezo e o escândalo, e abrindo-se ao acolhimento recíproco “, um tesouro
de fraternidade que torna os cristãos «solícitos na hospitalidade» ( texto integral
em Documentos do Vaticano)