Beatificados, neste sábado, em Trieste e em Vigevano, norte da Itália, dois servos
de Deus italianos: Francesco Bonifacio, sacerdote e mártir (1912-1946) e Francesco
Pianzola (1881-1943) devoto do Evangelho. Os ritos de beatificação foram pronunciados
respectivamente pelo novo Prefeito da Congregação da Causa dos Santos, Mons. Angelo
Amato e pelo Prefeito Emérito da mesma Congregação, Cardeal Saraiva Martins
Ontem, 4 de Outubro, festa de São Francisco de Assis, foram elevados às honras dos
altares, dois servos de Deus, ambos italianos, de nome Francisco: Francesco Giovanni
Bonifacio, sacerdote e mártir, da cidade de Trieste, bem no Norte da Itália, e Francesco
Pianzola, de Vigevano, também no Norte do país. Francesco Giovanni Bonifácio nasceu
em Pirano d’Istria, localidade de Trieste, em 1912 e foi morto em Setembro de 1946
em Villa Gardossi, onde, com fervor juvenil desempenhara o ministério pastoral, testemunhando
com coragem os eternos valores da fé. Era um período difícil, marcado pela segunda
guerra mundial, por movimentos de resistência, tudo acompanhado de destruições e de
morte. Francisco Giovanni Bonifácio foi preso por milícias de Tito por causa da sua
fé, torturado e morto. Os seus restos nunca foram encontrados. É, portanto, com
o título de mártir e de sacerdote que Francisco é apresentado hoje à veneração dos
fieis – disse o Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Mons. Ângelo Amato
: como sacerdote, que se dedicou incansavelmente aos irmãos, sobretudo os mais
necessitados e jovens, e como mártir, por se ter tornado testemunha da fé
da Igreja, morrendo por ela. Costumava dizer: “vivemos em tempos heróicos; somos heróicos
para ser santos, se necessário, até ao martírio”. Ele proclama hoje, com a eloquência
da seu sangue, que Jesus Cristo é a verdadeira vida. E que quem não tem a coragem
de morrer pela própria fé é indigno de a professar. O seu testemunho heróico merece,
portanto, ser imitado no nosso dia-a-dia, sublinhou o Prefeito, acrescentando que
ainda hoje a Igreja é perseguida. E deu o exemplo da Índia, da China, da Arábia Saudita,
do Afganistão, da Coreia do Norte, da Mauritânia, países onde a liberdade religiosa
é inexistente ou limitada. A causa disto é que – disse – as trevas têm medo da luz,
a mentira tem medo da verdade. O que fazer perante isto? – perguntou-se, respondendo
que é preciso ser fortes e perseverantes no caminho indicado por Cristo. A missa
de beatificação de Francesco Giovanni Bonifácio - que teve lugar sábado à tarde na
mesma catedral de S. Justo, em Trieste, onde ele fora ordenado sacerdote em 1936 –
foi presidida pelo bispo local, enquanto o rito de beatificação a cargo do Prefeito
da Congregação da Causa dos Santos que, no final, pronunciou as palavras a que acabamos
de referir. Tocou, pelo contrário, ao Prefeito emérito da mesma Congregação, Cardeal
José Saraiva Martins, proclamar beato Francesco Pianzola. Foi também no sábado à tarde,
desta vez em Vigevano. Na homilia, o cardeal pôs em realce a figura deste servo de
Deus que se distinguiu pela sua santidade e paixão pelo Evangelho. “É necessário voltar
ao Evangelho. Mmodelando a nossa vida na dos Santos encontraremos aquela paz e aquele
bem que não é dom dos homens, masque desce dos céus esse pesa só na consciência
da História” - dizia Francesco Pianzola. A partir de hoje – frisou o Cardeal Saraiva
Martins, temos o exemplo de mais este beato que nos ajudará a voltar realmente ao
Evangelho. Francesco Pianzola viveu entre 1881 e 1943 em Lomellina, na região
italiana da Lombardia. Fundou em 1908 os Oblatos Diocesanos da Imaculada, através
dos quais levava o Evangelho às famílias na próprias casas e nos ambientes de trabalho.