Grande cordialidade marcou a visita oficial do Papa ao Presidente da República italiana,
na festa de São Francisco, Patrono da Itália
(4/10/2008) Grande significado, “profundo e simbólico”, assumiu a visita oficial
que neste dia 4 de Outubro, festa de São Francisco, padroeiro da Itália, Bento XVI
realizou ao presidente da República italiana, no palácio do Quirinal, outrora residência
dos papas e símbolo do seu poder temporal. As óptimas relações entre Igreja e Estado
em Itália foram sublinhadas pelo Papa no seu discurso, observando que se “trata de
uma realidade positiva, que se pode verificar quase quotidianamente a diversos níveis,
e à qual também outros Estados podem olhar para daí tirar ensinamentos úteis”. “Na
cidade de Roma convivem pacificamente e colaboram frutuosamente o Estado italiano
e a Sé Apostólica. Até esta minha visita vem confirmar que o Quirinal e o Vaticano
não são colinas que se ignoram ou se confrontam com antipatia; são, isso sim, lugares
que simbolizam o recíproco respeito da soberania do Estado e da Igreja, prontos a
cooperarem conjuntamente para promover e servir o bem integral da pessoa humana e
o decorrer pacífico da convivência social”. Aludindo à data escolhida para esta
visita, Bento XVI observou que “a escolha de São Francisco como Patrono da Itália
encontra as suas razões na profunda correspondência entre a personalidade e a acção
do Pobrezinha de Assis e a nobre Nação italiana”, citando a este propósito o que afirmou
João Paulo II, em idêntica visita neste mesmo dia 4 de Outubro, em 1985: “Dificilmente
se poderia encontrar uma outra figura que encarne em si, de modo tão rico e harmonioso
as características próprias do génio itálico. Num tempo em que o afirmar-se dos Municípios
livres (das diferentes cidades) ia suscitando fermentos de renovação social, económica
e política, que abalavam nos fundamentos o velho mundo feudal, Francisco soube elevar-se
entre as facções em luta, pregando o Evangelho da paz e do amor, em plena fidelidade
à Igreja de que se sentia filho e em total adesão ao povo, de que ele se reconhecia
parte”. O Papa apresentou São Francisco – figura que tanto atrai crentes e não
crentes – como “a imagem da perene missão da Igreja, como também na sua relação com
a sociedade civil”. “Na actual época de profundas e muitas vezes difíceis mutações,
a Igreja continua a propor a todos a mensagem de salvação do Evangelho e se empenha
em contribuir para a edificação de uma sociedade assente na verdade e na liberdade,
no respeito da vida e da dignidade humana, na justiça e na solidariedade social”.
O Papa apresentou São Francisco – figura que tanto atrai crentes e não crentes
– como “a imagem da perene missão da Igreja, como também na sua relação com a sociedade
civil”. “Na actual época de profundas e muitas vezes difíceis mutações, a Igreja
continua a propor a todos a mensagem de salvação do Evangelho e se empenha em contribuir
para a edificação de uma sociedade assente na verdade e na liberdade, no respeito
da vida e da dignidade humana, na justiça e na solidariedade social”. Como afirmara
já noutra circunstância, Bento XVI não quis deixar de assegurar que “a Igreja não
tem pretensões de poder nem de privilégios, nem aspira a posições de vantagem económica
e social. O único objectivo da Igreja é servir o homem, inspirando-se, como norma
suprema de conduta, às palavras e ao exemplo de Jesus Cristo, que passou fazendo o
bem e a todos curando”. Para realizar esta sua missão, a Igreja – advertiu o
Papa – deve poder gozar sempre do direito de liberdade religiosa, considerado em toda
a sua amplitude, isto é, não limitada ao exercício do culto, mas tendo em consideração
a dimensão pública da religião, com a possibilidade de os crentes participarem activamente
na construção da ordem social. O que acontece e continuará a acontecer em Itália,
como afirmou ainda Bento XVI: “Estou certo de que os Pastores e fiéis continuarão
a dar o seu importante contributo para construir, também nestes momentos de incerteza
económica e social, o bem comum do país, como também da Europa e de toda a família
humana.” E isso, sublinhou o Papa, “prestando particular atenção aos pobres e
marginalizados, aos jovens à procura de primeiro emprego e em geral aos desempregados,
às famílias e aos idosos”.