LÍBANO: BISPOS MARONITAS PEDEM COOPERAÇÃO AOS POLÍTICOS

Beirute, 2 out (RV) - O Líbano tem uma nova lei eleitoral, adotada no final da tarde de terça-feira, num clima definido “calmo e construtivo”. A Liga maronita auspicia que esse mesmo clima reine amanhã, sexta-feira, entre os parlamentares cristãos convidados para um encontro que visa iniciar um caminho de “reconciliação”.

Clima que, ao contrário, os bispos maronitas não vêem reinar no país, disseram após a reunião realizada ontem em Bkerke, : a atmosfera, afirma o comunicado final, não é o de cooperação necessária para tirar o Líbano da crise e criar uma situação normal, na qual os cidadãos possam viver e trabalhar em paz.

São três os eventos principais que marcam hoje a vida política libanesa, inquieta pela notícia que na manhã de ontem soldados sírios presentes no norte do Líbano detiveram e depois soltaram, um religioso.

Previsto no acordo de Doha, que pôs fim a meses de conflito político, a nova lei eleitoral modificou algumas circunscrições, excluindo o voto a menores de idade e a introdução de uma quota reservada às mulheres – atualmente somente seis entre os 128 deputados -; adiado para 2013 o voto dos imigrantes. Estabeleceu-se também que as operações de voto se realizarão em um só dia, foram definidas as relações entre candidatos e meios de comunicação e precisadas as características das cédulas e dos documentos para votar. Mas nem tudo parece definitivo.

Sobre a nova lei eleitoral o comunicado dos bispos maronitas não faz nenhuma referência. O documento antes de tudo condena o atentado de Trípoli, que causou a morte de sete pessoas. O episódio - afirmam os bispos -, mostra que continuam ativos aqueles que desejam trazer o mal para o Líbano.

Neste clima, - afirmam ainda os bispos maronitas - os políticos de todos os partidos são chamados a difundir a calma e a reforçar o espírito de reconciliação. Eles devem, além do mais, redobrar os seus esforços para que o país retorne à normalidade, procurando liberá-lo da sua enorme dívida e permitindo aos cidadãos terem uma vida serena.

Esse também é o objetivo da Liga maronita, ou seja, o de promover a reconciliação entre os políticos cristãos. Sobre isso falou o patriarca Nasrallah Sfeir, na conclusão de uma visita ao presidente da República. “Não pouparemos esforços – disse – para conseguir a reconciliação”. Esperamos, acrescentou, que os cristãos “queriam se reunir, porque os demais grupos já o fizeram”. (SP)