BENTO XVI A BISPOS ASIÁTICOS: ASSEGURAR A LIBERDADE RELIGIOSA EM BENEFÍCIO DE TODA
A SOCIEDADE
Cidade do Vaticano, 02 out (RV) - Assegurar a liberdade religiosa, em benefício
de toda a sociedade: foi o que disse o papa aos bispos da Ásia Central, recebidos
em visita "ad Limina" esta manhã, no Vaticano. O Santo Padre se referiu aos fiéis
daquela região do mundo como um "pequeno rebanho" que soube manter forte a própria
fé, mesmo nos anos do regime soviético.
A Igreja não impõe, mas propõe livremente
a fé católica e pede que seja garantida a liberdade religiosa, afirmou o pontífice,
reservando palavras de encorajamento a esse "pequeno rebanho" da Ásia central.
Bento
XVI exortou os bispos asiáticos a defenderem os direitos da pessoa e a liberdade religiosa,
diante de fenômenos como o terrorismo, que preocupam a sociedade atual, e do aumento
do fundamentalismo. O papa sublinhou a necessidade de promover a aprovação de leis
capazes de combater tais flagelos.
"Jamais, porém _ advertiu o papa _ a força
do Direito pode transformar-se, ela mesma, em iniqüidade; nem pode ser limitado o
livre exercício das religiões, porque professar livremente a própria fé é um dos direitos
humanos fundamentais, universalmente reconhecidos."
O papa observou que a Igreja
"não impõe, mas propõe livremente a fé católica, consciente de que a conversão é um
fruto misterioso da ação do Espírito Santo". "A fé é dom e obra de Deus. Exatamente
por isso _ recordou o pontífice _ "a Igreja proíbe severamente obrigar quem quer que
seja a abraçar a fé". Uma pessoa pode abrir-se à fé, após uma madura e responsável
reflexão, e deve poder realizar livremente essa íntima inspiração."
O pontífice
explicou que esse processo de conversão beneficia não apenas o indivíduo, mas também
toda a sociedade, uma vez que "a fiel observância dos preceitos divinos ajuda a construir
uma convivência mais justa e solidária". Bento XVI dirigiu palavras de encorajamento
aos bispos e ao "pequeno rebanho" de fiéis da Ásia Central, recordando as graves dificuldades
que viveram no passado recente, e enaltecendo o comportamento de firmeza na fé, que
souberam manter.
"Agradecemos ao Senhor que _ apesar das duras pressões exercitadas
durante os anos do regime ateu e comunista _ a chama da fé tenha permanecido viva
no coração dos fiéis, graças è abnegação de zelosos sacerdotes, religiosos e leigos"
_ disse Bento XVI.
O Santo Padre recordou que as primeiras comunidades cristãs,
embora pequenas, não se deixavam desencorajar nem se fechavam em si mesmas. Ao contrário,
"impulsionadas pelo amor a Cristo, não hesitaram em assumir as dificuldades dos pobres,
e ir ao encontro dos doentes, anunciando e testemunhando a todos, com alegria, o Evangelho".
"Também
hoje, como naqueles tempos _ sublinhou Bento XVI _ é o Espírito Santo a conduzir a
Igreja. Deixem-se, portanto, guiar por Ele, e mantenham viva, no povo cristão, a chama
da fé; conservem e valorizem as válidas experiências pastorais e apostólicas do passado."
Concluindo,
o papa exortou os pastores centro-asiáticos a educarem todos à escuta da Palavra de
Deus, a suscitar "especialmente nos jovens" o amor para com a Eucaristia, e a devoção
mariana, difundindo nas famílias, a oração do terço. E convidou-os a buscarem "novas
formas e métodos de apostolado", envolvendo sempre mais sacerdotes, religiosos e leigos.
(AF)