Apelo á comunidade internacional na defesa da liberdade religiosa no mundo e critica
aos media pelas formas de fobia em relação aos cristãos, num discurso do Arcebispo
de Budapeste
(1/10/2008) Um condenação nítida de todas as formas de fobia em relação aos cristãos,
e em particular aquela difusa nos media ,veio do cardeal Peter Erdo, arcebispo de
Budapeste e presidente do conselho das conferencias episcopais da Europa, cuja assembleia
plenária , com os presidentes das conferencias episcopais europeias decorre em Esztergom
na Hungria. Além disso o prelado renovou o apelo á comunidade internacional para
que se empenhe na defesa da liberdade religiosa no mundo, e manifestou-se seriamente
preocupado com a gravíssima crise financeira que está a atingir os mercados do mundo
inteiro. Os trabalhos da assembleia que tem como tema monográfico a relação entre
a Igreja e os media, foram portanto inaugurados com a condenação de todas as formas
de fobia em relação aos cristãos, em particular, aquelas mais dissimuladas e veiculadas
pelos media, através de fenómenos de descrédito e de calúnia, de desinformação e
procura do sensacional . Urge – salientou o arcebispo de Budapeste – uma tomada
de responsabilidade da parte dos mass - media. Da parte da Igreja – disse ainda
– é necessário investir na formação para ter pessoas com capacidade critica perante
os media e que possam contribuir para transmitir neles uma imagem da Igreja autentica
e não uma sua máscara. O apelo do Presidente do Conselho das Conferencias Episcopais
da Europa estende-se a todas as formas de discriminação e intolerância em relação
aos cristãos, na Europa e no mundo que deve ser enfrentada pela comunidade internacional,
da mesma maneira e determinação com a qual se combatem formas de incitação ao ódio
contra outras comunidades religiosas. Isto deve verificar-se antes de mais através
da defesa do direito á liberdade religiosa, elemento inalienável de cada pessoa humana.
Uma liberdade religiosa – acrescentou o Primaz da Hungria – que demasiadas vezes é
entendida como liberdade de religião, segundo uma visão que nega a dimensão transcendente
da pessoa e por conseguinte também a dimensão publica da liberdade religiosa.
Em relação á actualidade económica o Card. Erdo criticou o liberismo sem regras e
o modelo americano. A actual grande crise financeira – disse o Card. Erdo – particularmente
evidente nos Estados Unidos, mostra com clareza empírica que o mercado livre, com
o seu desejo de lucros cada vez maiores e velozes, não é capaz de regulamentar a
si próprio e menos ainda é capaz de sustentar e guiar o mundo inteiro. Portanto,
acrescentou: sem um regulamento são e responsável da parte dos Estados, da parte da
comunidade dos cidadãos, o liberalismo desenfreado conduz ao colapso. Não se trata
de uma simples lamentação – afirmou o Presidente do Conselho das Conferencias Episcopais
da Europa – mas um convite á responsabilidade e á defesa dos direitos inalienáveis
do homem, apelando-se ao mesmo tempo aos deveres da pessoa humana em relação á comunidade
e em relação a Deus.