(24/9/2008) Situação critica no Zimbabwe“: o P. Frederick Chiromba, Secretário Geral
da Conferência Episcopal, salientou que um dos desafios imediatos do novo governo
é dar de comer às pessoas, dada a urgente crise alimentar”. Más colheitas e a difícil
condição económica do país são factores que conduzem a população a uma enorme crise
alimentar. A situação sanitária também é dramática. O Pe. Frederick Chiromba afirma
que nos “hospitais não há medicamentos, os médicos não têm nem aspirinas para dar
aos pacientes”. O Secretário da Conferência Episcopal do Zimbabwe evidencia ainda
outro problema, pois existem mais de 3 milhões de refugiados no estrangeiro por motivos
políticos e económicos. O acordo de partilha do poder assinado no dia 15 de Setembro
prevê a formação de um governo de unidade nacional onde participam o partido do Presidente
Robert Mugabe, o de Morgan Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática
(MDC), que foi nomeado Primeiro Ministro, e o grupo dissidente do MDC liderado por
Arthur Mutambara. O acordo prevê ainda que os três líderes se entendam sobre a divisão
dos ministérios. No entanto, até agora, os responsáveis não formularam uma lista dos
ministros, porque surgiram divergências sobre a distribuição dos principais ministérios
- Defesa, Interior, Informação e Finanças. A renúncia do Presidente Sul-africano
Thabo Mbeki, o grande negociador do acordo, gerou uma nova incerteza no processo de
reconciliação do Zimbabwe. As partes envolvidas e os representantes das Nações Unidas,
que assistem à negociação, confiavam na intervenção do ex-Presidente sul-africano
para superar o impasse. Mbeki empenhou-se para que a Comunidade dos Estados da África
Austral (SADC) interviesse para ajudar o Zimbabwe a superar a grave crise alimentar.
Agora que Mbeki não é mais o Chefe de Estado da África do Sul, sente-se o risco de
vir a faltar o impulso decisivo para implantar um plano de ajuda.