Cidade do Vaticano, 22 set (RV) - O papa recebeu esta manhã os participantes
do Curso para novos Bispos, promovido pelas Congregações para os Bispos e para as
Igrejas orientais. A ocasião deste Seminário deve ser uma experiência de colegialidade
– disse o papa aos bispos recém-nomeados, em seu discurso:
“Esta colegialidade,
fundada na ordenação episcopal e na comunhão hierárquica, toca a profundidade do ser
de todo Bispo, e pertence à estrutura da Igreja desejada por Jesus Cristo. Esta experiência
de fraternidade, oração e de estudo, ao lado da Sé de Pedro, deve alimentar o sentimento
de comunhão com o papa e seus irmãos, e abrir-lhes à solicitude para com toda a Igreja”.
Em
seguida o papa recordou aos bispos que este encontro se realiza no Ano Paulino e na
véspera da 12ª Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus: dois
momentos significativos da vida eclesial, que ajudam a evidenciar alguns aspectos
da espiritualidade e da missão do bispo.
“Paulo é um mestre e um modelo, sobretudo
para os bispos. São Gregório Magno o define ‘o maior de todos os pastores’. O exemplo
do grande Apóstolo nos chama a crescer a cada dia na santidade da vida”.
O
primeiro compromisso espiritual e apostólico do bispo deve ser justamente progredir
no caminho da perfeição evangélica através da Palavra de Deus. A exortação apostólica
"Pastores gregis" recorda que ‘o bispo, antes de ser transmissor da Palavra... deve
ser ouvinte da Palavra’. Por isso, o papa os convida a confiarem-se, todos os dias,
à Palavra de Deus, para serem mestres da fé e autênticos educadores de seus fiéis.
Prosseguindo seu discurso aos bispos, o papa recordou que com a consagração
episcopal e com a missão canônica, lhes foi confiado o serviço pastoral, ou seja,
a condução dos assuntos cotidianos de suas dioceses. Citando São Paulo, quando se
dirigiu a Timóteo, Bento XVI indicou o caminho para serem bons pastores: “Prega a
Palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, ameaça, exorta, mas sempre
com paciência... sê vigilante” (2 Tm 4,2.5).
Bento XVI orientou os bispos
no sentido de que “este será o modo mais adequado para exercer em plenitude a paternidade
própria do bispo em relação aos fiéis. E de modo especial, para cuidar dos sacerdotes,
primeiros e insubstituíveis colaboradores no ministério, e dos jovens”.
“Fiquem
ao lado dos sacerdotes; não poupem esforços para colocar na prática todas as iniciativas,
incluindo a concreta comunhão de vida indicada no Concílio Vaticano II. Tentem promover
a verdadeira fraternidade sacerdotal que contribui para vencer o isolamento e a solidão,
favorecendo a ajuda recíproca”.
Em seguida o pontífice evidenciou a importância
dos jovens, citando o recente Dia Mundial da Juventude, em Sydney e a participação
de tantos jovens fascinados pelo Evangelho e disponíveis ao engajamento na Igreja.
Naturalmente, o papa pediu aos bispos uma particular solicitude aos seminaristas,
pois o Seminário ‘é o coração da diocese’.
Bento XVI concluiu o discurso com
palavras de São Paulo: “Sê tu um exemplo para os fiéis: na palavra, no procedimento,
na caridade, na fé, na castidade”. (CM)