Roma, 17 set (RV) - 50 anos após a morte de Papa Pio XII, um congresso em Roma
debaterá o papel do pontífice nos anos da perseguição aos judeus durante o nazi-fascismo.
O encontro vai reunir jornalistas, acadêmicos e expoentes religiosos, judeus
e católicos, como padre Peter Gumpel, postulador da causa de beatificação de Pio XII.
O objetivo será apresentar publicamente os documentos que contestam as acusações a
Pio XII de indiferença, anti-semitismo e conivência com os regimes totalitários. O
evento é organizado pela fundação Pave the Way (Preparar o Caminho).
"Pave
the Way" dedica-se à busca da paz, à redução do abismo entre pobreza e riqueza através
de tolerância, compreensão inter-religiosa e intercâmbios tecnológicos, culturais
e intelectuais. A meta da Fundação é erradicar o costume de interpretar a religião
como instrumento, o que tem sido feito, historicamente, para alcançar objetivos pessoais
ou causar conflitos.
No Congresso de Roma, relatores e historiadores farão
relatos que demonstram o compromisso do pontífice em salvar os judeus da Itália e
da Europa. Ao que se demonstra, o papa Pacelli teria se expressado em dois níveis:
publicamente, com várias declarações contra toda forma de perseguição, e privadamente,
através da obra de religiosas e sacerdotes que protegeram milhares de judeus italianos,
com a benção de Pio XII.
Andrea Tornielli, autor de livros sobre Pio XII e
jornalista especializado em temas do Vaticano, está convencido da solicitude e interesse
do então cardeal e futuro papa Eugenio Pacelli, e antecipou que em sua palestra, citará
vários episódios que provam a posição de Pio XII na época. Segundo Tornielli, a Igreja
católica teria salvo 600 mil judeus da perseguição.
“O simples fato de que
entre os relatores do Congresso estejam judeus provenientes dos Estados Unidos, da
Europa e de Israel demonstra que Pio XII foi amado pela Igreja Católica, mas também
pelos próprios judeus” – garante a Fundação que promove o encontro. (CM)