Mangalore, 15 set (RV) - A violência anticristã na Índia não dá trégua, desta
vez no Estado de Karnataka.
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, pediu
ao governador do Estado, B S Yeddyurappa, que intervenha para garantir a segurança
e a convivência pacífica entre as religiões. O pedido do primeiro-ministro foi feito
depois das violências registradas ontem em 20 locais de culto de três distritos do
Estado. Os ataques não provocaram vítimas, mas oito pessoas, entre as quais uma religiosa
e dois pastores protestantes, ficaram feridas.
Grupos de jovens hindus invadiram
locais de culto, profanando igrejas e agredindo fiéis católicos, protestantes e testemunhas
de Jeová. A Conferência Episcopal Indiana interveio novamente, pedindo às autoridades
a máxima atenção para que não se repitam os ataques registrados no Estado de Orissa.
Neste Estado, em agosto, a violência hindu provocou a morte de 16 pessoas, segundo
dados oficiais. Fontes religiosas falam de 27 mortos.
Os prelados recordam
que os atos de intolerância religiosa “violam abertamente os direitos constitucionais
da Índia”.
Ontem, depois dos ataques, centenas de cristãos se reuniram diante
da igreja de Nossa Senhora dos Milagres de Mangalore, uma das mais importantes da
cidade e do Estado de Karnataka, para protestar contra a violência e a inércia da
polícia.
Para dispersar a multidão, os policiais usaram gás lacrimogêneo.
Eles decretaram o toque de recolher e proibiram a reunião de grupos religiosos. Apesar
disso, esta manhã, manifestantes hindus invadiram a igreja de São Sebastião em Permannur,
destruindo vitrais e móveis. (BF)