Paris, 09 set (RV) - Paris e o Santuário de Lourdes, no sudoeste da França,
se preparam para receber neste fim de semana o Papa Bento XVI. Está prevista a presença
de 200 mil pessoas, no sábado, na esplanada dos Inválidos, na capital francesa.
O
Papa “vem para encontrar-se com os franceses, em especial com os católicos”, disse
ontem durante uma coletiva de imprensa o cardeal André Vingt-Trois, arcebispo de Paris.
Ele ressaltou que esta primeira viagem será uma oportunidade para que a França conheça
a personalidade de Bento XVI, sublinhando que o seu predecessor, João Paulo II ganhou
a simpatia e admiração de grande parte da população.
Trata-se, pois, da primeira
visita de Bento XVI à França, que terá início em Paris com um encontro com o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, no Eliseu, e se concluirá no dia 15 no Santuário de Lourdes,
que comemora este ano os 150 anos das Aparições de Nossa Senhora a Bernadette Soubirous.
O
primeiro dos eventos públios em Paris será a oração das vésperas, na catedral de Notre
Dame, no final da tarde de sexta-feira, seguida de uma saudação aos jovens diante
da igreja.
Bento XVI participará de uma procissão ao redor da catedral, durante
a qual, pela primeira vez, a estátua de Nossa Senhora de Paris deixará o edifício.
Os
fiéis reunidos na Catedral de Notre Dame e às margens do rio Sena, como também em
outras dez paróquias da cidade participarão de uma vigília de oração, antes de iniciarem
o “Caminho de Luz” que os levará até a esplanada dos Inválidos.
A missa de
sábado da manhã, na esplanada dos Inválidos, contará com a presença de fiéis católicos
e de outras religiões, segundo membros da equipe que organiza a visita de Bento XVI
à capital francesa.
Na sua chegada a Paris, o Papa será recebido por Sarkozy
, segundo o cardeal, “um encontro protocolar habitual” que constará de uma saudação
pessoal, seguida da apresentação de membros do governo e convidados. Durante a cerimônia
de boas-vindas o Papa e o presidente francês pronunciarão discursos.
O Papa
“não vem como turista, mas sim como peregrino” e com uma missão apostólica, declarou
o cardeal André Vingt-Trois, que também é presidente da Conferência Episcopal da França.
O cardeal destacou ainda a apertada agenda das 72 horas da visita à França, que foi
preparada nos últimos seis meses. Salientou o encontro que o Papa manterá na sexta-feira
com os responsáveis da comunidade judaica antes que comece o Sabbat e posteriormente,
com os da comunidade muçulmana.
Também desperta interesse o discurso que Bento
XVI fará na sexta-feira no recém restaurado Colégio dos Bernardinos diante de destacadas
figuras do mundo da cultura e que terá como tema “a fé cristã, a razão e a cultura”.
Os
organizadores contam com um total de 10 mil voluntários em Paris para esta visita,
que se realizará sob estreitas medidas de segurança.
Perguntado pela imprensa,
o cardeal Vingt-Trois negou que os católicos se tornaram uma minoria na França.
“Nossa
igreja tem dificuldades, porém não creio que seja uma grande enfermidade” disse ele,
que também não considera que o Papa “venha com a intenção de fazer uma revolução”
religiosa.
Por sua vez, um responsável da organização da visita a Lourdes destacou
que este ano aumentou em 55% o numero de peregrinos ao Santuário. (SP)