"Só no encontro com Cristo a razão se abre à verdade": Bento XVI na audiência geral, comentando a experiência de São Paulo no caminho de Damasco. O cristianismo não é "uma nova filosofia ou uma nova moral".

Como vem fazendo nos últimos tempos, o Papa deslocou-se, nesta quarta-feira, de helicóptero, da sua residência estiva de Castel Gandolfo, ao Vaticano, para a habitual audiência geral da semana, que teve lugar às 11 horas na Aula Paulo VI.
Desta vez, Bento XVI convidou os fieis a meditar sobre o encontro de Paulo com Cristo a caminho de Damasco, encontro geralmente definido conversão. Como se explica esta conversão – é a pergunta que nos podemos pôr – disse o Papa, explicando que os testemunhos do próprio Apóstolo Paulo na suas cartas e São Lucas, mostram que mais do uma conversão, Paulo viveu um encontro com Cristo. Trata-se portanto, essencialmente, de um encontro de “pessoas”. As ideias jogam aqui um papel secundário. Paulo viu a gloria de Deus brilhar no rosto de Cristo. Por isso - recomendou o Pontífice - é preciso evitar dar a este acontecimento uma interpretação puramente psicológica. Paulo - afirmou ainda o Papa - não se encontrou com um personagem histórico, mas com Jesus, pessoa viva que se apresentou a ele como único Salvador e Senhor. Isso teve uma influência determinante, positiva e fecunda na vida sua vida. Ele viveu aí a experiência de um encontro pessoal com Cristo ressuscitado e amadureceu nele a convicção que o levou a passar de perseguidor da Igreja a pregador do Evangelho.
O que devemos reter como ponto luminoso aos nossos olhos – disse Bento XVI – é que não é possível falar de conversão ao cristianismo sem pôr em primeiro plano a pessoa de Jesus Cristo. É ele quem define a nossa identidade de Cristãos.
Por fim o Papa convidou os fiéis a se deixarem conquistar por Cristo, pois que é Nele que se encontra o sentido último da nossa vida. E exortou-nos a todos a sermos testemunhos ardentes do Salvador do homem junto dos nossos irmãos e irmãs.
Por fim o Papa pediu ao Senhor, que nos ilumine e nos possibilite, à nossa maneira, o encontro com Deus , e deste modo, uma fé viva, um coração aberto e uma grande caridade para com todos, capaz de renovar o mundo.
Como sempre Bento XVI saudou os peregrinos presentes em várias línguas: italiano, francês, inglês, alemão, polaco, húngaro, eslovaco e naturalmente também em português.
“Ao saudar cordialmente todos os peregrinos e visitantes de língua portuguesa, dou as boas-vindas, em particular:
- ao grupo de Escuteiros das Paróquias de São Pedro e Santa Maria de Óbidos, e aos visitantes vindos de Portugal: faço votos por que a Mãe do Redentor vos ilumine e vos conforte com a sua intercessão na caminhada da fé;
- por fim desejo muitas felicidades, com a certeza das minhas preces, ao grupo da Inspetoria salesiana de Manaus e a todos os visitantes que vieram do Brasil para ajoelhar-se junto ao túmulo de São Pedro.
Possa também este Ano Paulino estimular todos a seguirem os vestígios do Apóstolo das Gentes, na procura constante e irrenunciável de Jesus Cristo, nosso Salvador. Com a minha Bênção Apostólica”.