FAMÍLIA, JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SÃO PRIORIDADES DA IGREJA NA NICARÁGUA
Cidade do Vaticano, 02 set (RV) - Está em andamento nestes dias, no Vaticano,
a visita 'ad Limina' dos bispos da Nicarágua que, após os encontros nos diversos organismos
da Cúria Romana, serão recebidos em audiência por Bento XVI.
Com os seus 130
mil quilômetros quadrados, a Nicarágua é o maior Estado da América Central e um dos
mais pobres do hemisfério ocidental. 89% de seus 5 milhões de habitantes são de confissão
católica.
A estrutura eclesial da Nicarágua é composta por uma arquidiocese,
seis dioceses e um vicariato apostólico. A Conferência episcopal é presidida pelo
arcebispo de Manágua, Dom José Brenes Solórzano. O país foi visitado duas vezes por
João Paulo II: em 1983 e em 1996.
A Igreja na Nicarágua sempre se comprometeu
com a paz, a coesão social e a luta contra a pobreza ao anunciar o Evangelho. No ano
passado, o arcebispo emérito de Manágua, Cardeal Miguel Obando Bravo, aceitou o encargo
de conduzir o Conselho Nacional de Reconciliação, instituído pelo governo do presidente
Daniel Ortega, para sanar as feridas ainda abertas da guerra civil dos anos 80.
A
última carta pastoral do episcopado é dedicada à atual situação política _ com suas
luzes e sombras _, em vista das eleições administrativas de novembro. Nela, os bispos
exortam os fiéis a votarem pelo bem do país.
Entrevistado pela Rádio Vaticano,
o presidente dos bispos nicaragüenses, Dom Solórzano, se detém sobre a batalha pela
vida e a família, travada pela Igreja na Nicarágua:
Dom José Brenes Solórzano:-
"Sabemos que há uma sombra escura que ameaça a Igreja: são as batalhas pela aprovação
do aborto. Estamos buscando reforçar a pastoral da família com as nossas Comissões
pastorais. Ademais, investimos na catequese para os jovens que amanhã formarão uma
família. A pastoral da família é uma das nossas prioridades, junto à pastoral da juventude
e a da educação. Nessas três áreas de ação, junto também à pastoral vocacional, estamos
reforçando as nossas iniciativas em defesa da família."
Portanto, defesa da
vida e dos mais fracos. Sempre na última carta pastoral, os bispos expressam a sua
preocupação pela extrema pobreza na qual ainda vivem muitos cidadãos. E denunciam
a "falta de transparência na distribuição das ajudas do exterior".
A Igreja
na Nicarágua espera da visita 'ad Limina' um novo impulso à missionariedade, relançado
recentemente pelo Congresso Americano Missionário (CAM 3), realizado em Quito, no
Equador.
Por outro lado, Dom Solórzano recordou que na V Conferência Geral
do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida, São Paulo, em
maio do ano passado, Bento XVI renovou o apelo de João Paulo II a empenhar-se por
uma nova evangelização:
Dom José Brenes Solórzano:- "Como toda e qualquer
Igreja também nós temos o problema da evangelização, na qual cada um de nós está envolvido,
mas tudo isso é hoje iluminado pelo evento de Aparecida, que está nos levando a desenvolver
todo um trabalho de evangelização, na perspectiva já indicada por João Paulo II: a
de uma nova evangelização. Hoje a direção, indicada por Aparecida, é a do discipulado
e da missionariedade. No que se refere ao problema das vocações e das seitas, estamos
buscando uma solução pastoral. A Igreja é, por sua natureza, missionária e creio que
após Aparecida temos esse grande desafio: consolidar a nossa identidade." (RL)