2008-08-28 18:23:05

BENTO XVI SOBRE SANTO AGOSTINHO: É PRECISO ENCONTRAR DEUS-AMOR PARA ENCONTRAR-SE


Cidade do Vaticano, 28 ago (RV) - A Igreja recorda hoje Santo Agostinho, bispo de Hipona e doutor da Igreja. Um personagem à qual é muito ligado Bento XVI, que lhe dedicou, no início deste ano, cinco catequeses na audiência geral das quartas-feiras.

"Homem de paixão e de fé, de altíssima inteligência e de incansável cuidado pastoral": assim o Santo Padre definiu Santo Agostinho. Nascido no ano 354 em Tagaste, Numídia, atual Argélia, converteu-se após "um longo e atormentado itinerário interior". Buscava a verdade apenas com a razão, mas depois entendeu que razão e fé não se podem separar nem contrapor.

Crer para compreender e compreender para crer _ recordou o papa citando o bispo de Hipona, acrescentando:

"Acredite para compreender: o crer abre a estrada para ter acesso às portas da verdade (...) mas também, inseparavelmente, compreenda, veja a verdade para poder encontrar Deus e acreditar."

O homem é um grande enigma e um grande abismo _ escrevia Santo Agostinho _ e somente encontrando Deus descobre quem é verdadeiramente:

"A presença de Deus no homem é profunda e, ao mesmo tempo, misteriosa, pode ser reconhecida e descoberta no próprio íntimo: 'Não vai para fora _ afirma Agostinho _ mas volta para ti mesmo; no homem interior habita a verdade; e se se der que a tua natureza é mutável, transcende a ti mesmo' (...) Portanto _ ressalta o papa _ volte-se para onde se acende a luz da razão. Justamente como ele mesmo ressalta (...) no início das 'Confissões', a sua biografia espiritual: 'Fizeste-nos para ti e inquieto será o nosso coração enquanto não repousar em ti'. O afastar-se de Deus equivale então a afastar-se de si mesmo."

Deus é amor _ dizia ainda Santo Agostinho _ e o encontro com Ele é a única resposta às inquietações do nosso coração. E toda a história humana é vista pelo bispo de Hipona como uma luta entre dois amores, embora guiada pela Divina Providência:

"Esse é seu desígnio fundamental, a sua interpretação da história: a luta de dois amores, amor a si a ponto de ser indiferente em relação a Deus e amor a Deus a ponto de ser indiferente em relação a si, à plena liberdade de si em favor dos outros, na luz de Deus."

Pecar segundo Agostinho é buscar o amor no lugar errado. E ele que fez experiência das próprias fraquezas experimentou também a infinita misericórdia de Deus compreendendo que precisamos de uma contínua conversão, que a cada dia humildemente devemos recomeçar:

 "Nós sempre precisamos ser lavados por Cristo _ que nos lavou os pés _, de nova conversão, até o fim. Precisamos dessa humildade que reconhece que somos pecadores em caminho a fim de que o Senhor nos dê a mão definitivamente e nos conduza para a vida eterna." (RL)







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