Rimini, 25 ago (RV) - A Igreja não é um sujeito político, mas isso não significa
que ignore a política e a ‘coisa pública’, disse o Cardeal Ângelo Bagnasco, ao abrir
ontem o Encontro de Rimini, em meio aos aplausos de mais de 10 mil pessoas, reivindicando
a capacidade da Igreja de participar da vida política, como sinal de democracia e
de verdade.
O Arcebispo de Genova é o primeiro não-político, convidado por
Comunhão e Libertação em muitos anos, a abrir o encontro. Em sua análise, disse que
existe a tendência de negar a dimensão pública da fé, limitando-a apenas ao plano
intimo. “A todos, é reconhecida como sagrada a liberdade de consciência, mas pretende-se
dos católicos que prescindam da fé, que forma a sua consciência”.
Tal comportamento
é insensato – disse. Certos valores, como os que se referem à vida humana, à família,
à concepção da pessoa, da liberdade e do Estado, embora iluminados pela fé, são antes
de tudo uma bagagem da razão.
“Os bispos dão voz a seus povos, e são atentos,
acompanham a vida das pessoas, famílias e grupo, são fiéis à sua missão pastoral”
– ressaltou. Em seguida acrescentou: "a Igreja, recorda ao secularismo e ao
laicismo, que pretender construir a história sem Deus, é construí-la contra o homem.
E adverte o Estado para não trair o ‘conjunto de idéias e valores espirituais e éticos,
que constituem a alma da nação’.
O Meeting de Rimini é o festival de verão
europeu mais freqüentado do mundo, como uma participação média de 700 mil pessoas
por ano. Inspira-se, de modo explícito, na visão católica do mundo, fruto da iniciativa
de pessoas e grupos que vivem a experiência cristã do Movimento ’Comunhão e Libertação’.
CL
é um movimento eclesial, fundado na Itália em 1954 por pe. Luigi Giussani. O objetivo
é a madura educação cristã de seus membros e a colaboração à missão da Igreja, em
todos os âmbitos da sociedade contemporânea. (CM)