Tblisi, 24 ago (RV) - Embora não tenha sido citada explicitamente, no encontro
deste domingo, em Castel Gandolfo, sabemos que a situação na Ossétia do Sul é uma
das grandes aflições do papa nestes dias. Bento XVI doou um cheque de 125 mil dólares
em favor dos desabrigados, e fez dois apelos pela paz, nos últimos dois domingos.
O núncio apostólico na Geórgia, o arcebispo Claudio Gugerotti, garante que
a população local sente muito próximas a presença espiritual e a ajuda concreta de
Bento XVI:
“Lembro-me ainda da cena da transmissão do Ângelus, naturalmente
em reprise, na praça principal de Tbilisi. Recebemos telefonemas de agradecimento
de pessoas simples. Ontem, quando a Caritas foi levar ajuda, os agentes ouviram que
‘os georgianos não se esquecerão nunca daquilo que o papa faz por eles’. E é preciso
recordar que as ajudas do papa estão beneficiando principalmente a área de maioria
ortodoxa. Em Gori, existe uma pequena comunidade católica, de uma dezena de pessoas,
mas é claro que em 90% dos casos, as ajudas se destinam aos ortodoxos, que são a maioria
da população”.
O núncio acrescenta que a verdadeira emergência, neste momento,
é atrair a atenção da opinião pública para a situação da Ossétia do Sul, onde não
existe controle do corredor humanitário auspiciado pelo papa. “A minoria georgiana
vive no terror – afirma o arcebispo: casas incendiadas, campos queimados, aldeias
destruídas... Ali, a emergência humanitária pode ser ainda mais premente, mas oficialmente
não sabemos, porque a área está inacessível”.
Dom Gugerotti ressaltou também
o maior medo destas pessoas é não conseguir retornar às suas casas e pensar em ter
perdido não apenas os bens, mas também seus parentes. (CM)