2008-08-24 15:37:23

O PAPA NO ANGELUS PEDE: "REPUDIEMOS A VIOLÊNCIA!"


Castel Gandolfo, 24 ago (RV) - Ao encontrar-se com os fiéis, nesta manhã, em Castel Gandolfo, o papa expressou sua crescente preocupação com o aumento do clima de tensão no mundo.

Na primeira parte de seu encontro, o papa fez a habitual reflexão dominical, antes da oração do Ângelus. Explicou que a liturgia deste domingo coloca a todos, homens e mulheres, duas perguntas que um dia, Jesus fez a seus discípulos.

À primeira, “Quem as pessoas dizem que é o Filho do homem?”, o povo respondeu que para alguns, era João Batista; para outros Elias, ou Jeremias, ou outro profeta. O Senhor então fez a segunda pergunta, diretamente aos Doze: “Quem vocês pensam que Ele é?”. Pedro respondeu com firmeza: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo”. E esta é a solene profissão de fé que a Igreja proclama, desde então.

Bento XVI explicou que hoje, nós repetimos convictos e conscientes que é Cristo o verdadeiro tesouro pelo qual vale a pena sacrificar tudo.

“Ele é o amigo que não nos abandona, porque conhece os anseios mais íntimos de nosso coração. Jesus é o ‘Filho do Deus vivo’, o Messias prometido, que veio à terra para oferecer a salvação e a vida e o amor que habita em todo ser humano. A humanidade ganharia muito se acolhesse este anúncio, que traz consigo a glória e a paz!”.

Jesus então diz a Pedro “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e a ti darei as chaves do reino dos céus”. Esta foi a primeira vez que Jesus falou da Igreja e de sua missão: reunir em Cristo, e numa única família, toda a humanidade.

Por conseguinte – prosseguiu o papa em sua reflexão - a missão de Pedro e de seus sucessores é exatamente servir a unidade desta única Igreja de Deus. Seu ministério indispensável é fazer com que ela não se identifique jamais com uma só nação, com uma só cultura, mas que seja a Igreja de todos os povos.

Deus quer que a sua paz e a força renovadora de amor estejam presentes em meio aos homens, tão marcados por divisões e contrastes:

“Servir a unidade interior que provém da paz de Deus; a unidade daqueles que por meio de Jesus se tornaram irmãos e irmãs: esta é a missão peculiar do papa, Bispo de Roma e sucessor de Pedro”.

Bento XVI continuou afirmando que diante da enorme responsabilidade desta tarefa, percebem-se sempre mais o compromisso e a importância do serviço à Igreja e ao mundo, que o Senhor lhe confiou. Ele pediu a todos os fiéis que o sustentem com a oração, para que possamos juntos anunciar e testemunhar a presença de Deus nos tempos atuais.

Após rezar a oração do Ângelus, com todos os presentes, Bento XVI falou de sua preocupação com o aumento da tensão em nível internacional:

“Constatamos com amargura, o risco de uma progressiva deterioração do clima de confiança que deveria caracterizar as relações entre as nações. Como não lembrarmos hoje, de todo o esforço feito para construir a consciência comum de sermos uma ‘família de nações’, como pediu o papa João Paulo II, às Nações Unidas? Precisamos nos convencer de que somos unidos pelo mesmo destino, o destino transcendente...”.

Bento XVI alertou novamente para o retorno de teorias nacionalistas, que já provocaram conseqüências tão trágicas no passado. Mas, diante das crescentes dificuldades, em todo o mundo, o papa convidou a não ‘ceder ao pessimismo’. “É preciso – disse ele – esforçar-se ativamente para rechaçar a tentação de enfrentar situações novas, com velhos sistemas. O papa indicou o caminho a seguir, para a construção de relações fecundas e sinceras e para assegurar às gerações presentes e futuras, tempos de concórdia e de progresso moral e civil:

“A violência deve ser repudiada! Os caminhos são: a força moral do direito, negociações justas e transparentes, para mediar controvérsias como a relação entre a integridade territorial e a auto-determinação dos povos, a fidelidade à palavra dada, e a busca do bem-comum”.

Enfim, o pontífice pediu a intercessão de Maria, para todos nós, e concedeu a benção apostólica. Em seguida, saudou os fiéis, em várias línguas. Em espanhol, Bento XVI disse que continua a rezar pelo eterno repouso das vítimas e pelos feridos no trágico acidente aéreo de 4ª feira passada, em Madri.
(CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.