2008-08-23 20:00:04

MUNDO LEMBRA HOJE TRÁFICO DE ESCRAVOS E SUA ABOLIÇÃO


Cidade do Vaticano, 23 ago (RV) - Lembrar um passado de escravidão para construir um futuro livre de toda forma de exploração e de opressão: é este o objetivo da efeméride que se celebra hoje, o “Dia internacional de comemoração do tráfico de escravos e da sua abolição”, instituído pela UNESCO em 1998, para esclarecer um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade e, ao mesmo tempo, combater as novas formas de escravidão, produzidas pelos tempos modernos.

A partir daquele distante 23 de agosto de 1791, quando na República Dominicana uma revolta de escravos contra os colonos franceses, levou à expulsão dos ocupantes e à fundação da República do Haiti. A grande sublevação partida do Caribe se difundiu pelas Américas, dando largada ao processo de abolição da escravatura.
Ouçamos, a propósito, o missionário comboniano, Padre Giulio Albanese, diretor das revistas missionárias das Pontifícias Obras Missionárias, que reconstrói o passado e o presente do fenômeno da escravidão:

PADRE ALBANESE: - "O tráfico de escravos foi, sem dúvida, uma das piores páginas da história, que envolveu milhões e milhões de pessoas. Já os egípcios o utilizavam porque lhes permitia ter acesso à mão-de-obra praticamente a custo zero. A mesma prática consolidou-se com os romanos. Sucessivamente, este fenômeno teve um incremento notável sobretudo no século XIX.... Neste segundo milênio, a escravidão moderna é causada pelo chamado “border Labour”, trabalho vinculado. Trata-se de indivíduos que se entregam como escravos, em garantia de um empréstimo recebido ou quando é herdada uma dívida contraída pela família à qual o sujeito pertence. Acontece, por vezes, ainda, que se ofereçam contratos que garantam o emprego, mas quando chegam ao lugar, os trabalhadores descobrem que infelizmente caíram numa verdadeira escravidão. A chamada “escravidão clássica” está presenta ainda hoje sobretudo no norte da África. Mas o fenômeno da prostituição é, certamente, uma forma de escravatura, como também o recrutamento de crianças-soldados. E no mundo, aldeia global, onde se investe nos países do sul porque a mão-de-obra é barata, o fenômeno da escravidão assume outras características". (PL)
 







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