Nas Filipinas, apelo dos bispos católicos e lideres islâmicos a favor da paz
(22/8/2008) A Conferência de Bispos e Ulemás das Filipinas (BUC) lançou um apelo
urgente, tanto ao governo filipino como ao Comité Central da Frente Mouro-Islâmica
de Libertação (MILF), a cessarem as hostilidades em Mindanao. A declaração foi
assinada pelo arcebispo de Davao, D. Fernando Capalla, pelo arcebispo emérito Hilário
Gómez, e pelo representante da Liga de Ulemás das Filipinas, Hamid Barra. Nela,
os líderes católicos e islâmicos pedem a ambas partes que busquem uma trégua imediata,
na qual se inclua a remoção das tropas e a entrega de presos e reféns, e que se restaure
a ordem na área de Cotabato e Lanao, especialmente nas cidades de Kidapawan e Iligan. Também
se pede uma actuação urgente a favor dos milhares de desalojados por causa do conflito
«com especial atenção aos pobres, enfermos, bebes e crianças pequenas». Num outro
comunicado conjunto publicado hoje pelo serviço informativo da Conferência Episcopal
das Filipinas (CBCP), os representantes católicos e muçulmanos de Mindanao condenam
a violência na área de Lanao do Norte, e a «desnecessária perda de vidas humanas e
propriedades». Os líderes católicos e muçulmanos condenam os atos de violência
e mostram sua «profunda simpatia» para com as vítimas, ao mesmo tempo em que pedem
que se faça justiça «contra os responsáveis por estes crimes». «Neste momento em
que se misturam muitos sentimentos, de raiva, medo, ódio e confusão, pedimos ás nossas
comunidades muçulmanas e cristãs que conservem a calma e a fidelidade á sua vocação
de criaturas do Deus Todo-Poderoso e Misericordioso», acrescenta a declaração. Em
declarações publicadas na edição italiana do jornal «L’Osservatore Romano», D. Antonio
Ledesma, presidente da Comissão Episcopal para o Diálogo Inter-religioso, sublinhou
o importante papel que a Conferência conjunta de Bispos e Ulemás das Filipinas está
a ter na busca da paz. «Os membros da Conferência de Bispos e Ulemás levam a cabo
há muito tempo programas de diálogo inter-religioso e ações de assistência, tanto
a pobres cristãos como a muçulmanos. Como tantos voluntários religiosos e leigos de
ambos os credos já estão pondo em prática, os cristãos devem viver e trabalhar juntos
no respeito mútuo das suas crenças, tradições e peculiaridades.»