Manila, 22 ago (RV) - A Conferência Episcopal e a Liga dos Ulemás das Filipinas
lançaram um apelo urgente ao governo e ao Comitê Central da Frente Moro de Libertação
Islâmica para que cessem as hostilidades em Mindanao, a vasta ilha do sul do país.
Em Mindanao, onde vive um terço do povo filipino e uma consistente minoria dos
muçulmanos do país (mais de 6 milhões de pessoas), agem diversos grupos de rebeldes.
Os primeiros acordos de paz entre o Governo e Frente Moro de Libertação remontam a
30 anos. Sob a presidência de Glória Macapagal-Arroyo, em 2001, foi siglado outro
acordo, que está sendo ainda negociado com extrema lentidão. A declaração, publicada
nesta quinta-feira, é assinada pelo arcebispo de Davao, D. Fernando Capalla, pelo
arcebispo emérito D. Hilário Gomez, e por Hamid Barra, representante da Liga dos Ulemás
das Filipinas, o organismo que reúne os sábios muçulmanos em ciências religiosas do
país. Na mensagem, os líderes católicos e muçulmanos pedem às partes que cheguem a
uma trégua imediata, que preveja a retirada das tropas, a libertação de prisioneiros
e o restabelecimento da ordem na zona norte. A Conferência Episcopal das Filipinas
convida, ainda, a mídia a evitar dar informações que possam ser interpretadas pelos
combatentes como uma provocação. Noutro comunicado conjunto, os representantes católicos
e muçulmanos de Mindanao condenaram a violência na zona de norte de Lanao, e a “inútil
perda de vidas humanas e de propriedades”. “Nestes momentos em que se misturam sentimentos
de raiva, medo, ódio e confusão – diz o documento – pedimos às nossas comunidades
muçulmanas e cristãs que mantenham a calma e a fidelidade à sua vocação de filhos
de Deus Onipotente e Misericordioso”. (PL)