Subsistem problemas importantes, mas vêm-se registando passos em frente nas relações
entre Rome e Pequim: Padre Lombardi sobre entrevista bispo de Pequim
O bispo de Pequim, D. Joseph Li Shan, afirmou que espera uma visita de Bento XVI à
China, e destacou, numa entrevista à RAI – Radiotelevisão italiana, nesta quarta-feira,
que as relações com o Vaticano melhoraram muito. "Esperamos que o Papa venha à China.
É um grande desejo, e esperamos que aconteça. As relações com o Vaticano vão melhorando
cada vez mais", declarou o bispo, que foi nomeado pelas autoridades chinesas, mas
é reconhecido também pelo Vaticano. O bispo católico da capital chinesa lembrou
ainda que na China existem entre oito e dez milhões de fiéis católicos e que há em
Pequim umas 20 igrejas, onde nos dias festivos são celebradas três ou quatro missas,
com a participação de uns três mil fiéis cada.
Interrogado a propósito desta
entrevista, o nosso director, Padre Lombardi, director também da sala de imprensa
do Vaticano, reconheceu que as declarações do bispo Li-Shan “podem ser consideradas
como um dos sinais com que, da parte chinesa, se vai respondendo à disponibilidade
e aos votos manifestados pelo Papa”, na Carta enviada há um ano aos católicos do país,
“na busca de uma normalização das relações entre a China e a Santa Sé”. Padre
Lombardi reconheceu que “estão ainda por resolver diversos problemas importantes,
mas da parte da Santa Sé existe a intenção e a vontade de prosseguir um diálogo leal
e construtivo”.
Sobre uma eventual viagem do Papa à China, o director da
Sala de Imprensa da Santa Sé considerou “absolutamente prematuro” falar dessa deslocação.
“Contudo – acrescentou – as palavras do bispo Li-Shan manifestam que todos os católicos
chineses amam e respeitam o Papa, reconhecem a sua autoridade e gostariam muito de
o encontrar”. “Tudo isto é, sem dúvida, um aspecto muito positivo e encorajador”.