2008-08-21 19:57:48

BISPOS CHAMAM NICARAGUENSES AO VOTO


Managua, 21 ago (RV) - Os bispos da Nicarágua fazem forte apelo aos eleitores para que participem das eleições municipais de novembro próximo.
Em documento assinado pelos 8 membros da Conferência episcopal, os bispos niragüenses afirmam que “não votar já é uma escolha, ou seja, aceitar o que nos será imposto” e que, portanto, “desertar a responsabilidade do voto significa renunciar à possibilidade de participar do desenvolvimento do país”.
Na primeira parte do documento, “Luzes e sombras do nosso momento”, os bispos da Nicarágua apontam como “fatos positivos” várias realizações e conquistas dos últimos anos, entre as quais a superação da crise energética, o apoio aos pequenos produtores, a melhora das infra-estruturas escolares, os aumentos salariais para os professores, as subvenções aos centros paroquiais e à educação privada, assim como a maior eficiência no campo da saúde pública. Mas os bispos se declaram, ao mesmo tempo, preocupados com a pobreza extrema que ainda aflige muitos nicaragüenses. Tudo isto – analisam os bispos – contribui para agravar fenômenos como a violência no seio das famílias, a violência urbana, as migrações forçadas e o narcotráfico.
“A falta de transparência na distribuição das ajudas que chegam do exterior criou muitas preocupações”, pois reapresentou o problema da corrupção que custou caro à Nicarágua. Os bispos lamentam também a persistência de um clima político muito polêmico, que se traduz em insultos, ataques pessoais, violência verbal deletéria.
No capítulo dedicado “à participação cidadã”, os bispos dirigem-se diretamente aos leigos, fazendo-lhes apelo para que se façam sempre presente na vida pública, em particular no processo de formação do consenso necessário e também na oposição a toda injustiça. Para o episcopado da Nicarágua, trata-se de um esforço mais do que necessário e urgente, também porque na vida pública do país “é evidente a ausência de líderes católicos coerentes com as suas convicções religiosas e éticas”.
No terceiro e último capítulo, os bispos se dirigem aos eleitores em vista do voto de novembro, aos candidatos que hoje mesmo começam a campanha eleitoral, aos meios de comunicação que deverão informar, e, por fim, às autoridades de governo e ao Tribunal eleitoral. Para o episcopado, votar é a primeira forma fundamental de participação que pode facilitar outros modos, mais articulados e incisivos e, neste sentido, lembra aos candidatos o seu dever para com a verdade e, portanto, ao uso de uma linguagem serena que favoreça o diálogo e a proposta de programas eleitorais honestos e não demagógicos. “Ajam com integridade e sabedoria contra a injustiça e a opressão, o absolutismo e a intolerância de um só homem e de um só partido político. (PL)







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