2008-08-20 12:13:33

A santidade não é um luxo para poucos, mas sim a vocação de todos os cristãos: Bento XVI, na audiência geral, em Castelgandolfo


Os santos constituem o mais importante comentário do Evangelho, uma sua concretização na vida de cada dia e representam portanto para nós uma verdadeira via de acesso a Jesus: esta observação do teólogo Hans Urs von Balthasar foi recordada pelo Papa, nesta quarta-feira, na audiência geral com milhares de peregrinos, em Castelgandolfo.
Bento XVI dedicou de facto uma breve catequese, nesta ocasião, aos santos que a Igreja coloca à nossa consideração dia após dia, com o convite a os invocar e imitar. O Papa passou mesmo em rápida revista as memórias litúrgicas que ocorrem esta semana. Nomeadamente São Bernardo de Claraval, celebrado precisamente neste dia 20:

“Este místico, desejoso de viver imerso no vale luminoso da contemplação, foi levado pelos acontecimentos a viajar através da Europa, para servir a Igreja, nas necessidades do seu tempo e defender a fé cristã.
Foi classificado como doutor mariano, não por ter escrito muitíssimo sobre Nossa Senhora, mas porque soube captar o seu papel essencial na Igreja, apresentando-a como modelo perfeito da vida monástica e de qualquer outra forma de vida cristã”.

Evocado também o Papa São Pio X, cuja memória ocorre nesta quinta-feira e que, como afirmou um dia João Paulo II, “lutou e sofreu pela liberdade da Igreja, e por essa liberdade se mostrou pronto a sacrificar privilégios e honras, a enfrentar incompreensões e escárnios, pois considerava esta liberdade como a derradeira garantia para a integridade e a coerência da fé”.

Recordada também a memória de Nossa Senhora Rainha, instituída pelo Papa Pio XII em 1955 e fixada depois do Concílio Vaticano II a oito dias da solenidade da Assunção, como seu complemento, pois “os dois privilégios constituem um único mistério”.
Mencionada finalmente Santa Rosa de Lima, evocada neste sábado. Primeira santa canonizada do continente latino-americano, é a sua padroeira principal, menção naturalmente sublinhada por um grande aplauso da parte dos numeroso peregrinos latino-americanos presentes em Castelgandolfo.

Bento XVI convidou pois cada um a “empenhar-se no conhecimento e na devoção dos santos, juntamente com a meditação quotidiana da Palavra de Deus e um amor filial para com Maria”. O escritor francês Jean Guitton, recordou o Papa, descrevia os santos “como as cores do espectro em relação à luz”, porque com tonalidade e acentuações próprias cada um deles reflecte a luz da santidade de Deus”.

Encorajando a que se aproveitem as para ler alguma biografia ou os escritos de algum santo ou santa, Bento XVI observou que “cada dia do ano nos oferece a oportunidade para nos familiarizarmos com os nossos padroeiros celestes”.

“A sua experiência humana e espiritual mostra que a santidade não é um luxo, não é um privilégio para poucos, mas o destino comum de todos os homens chamados a serem filhos de Deus, a vocação universal de todos os baptizados.”

A todos é oferecida a santidade, embora não sejam todos iguais. Aliás – sublinhou – muitíssimos são os santos cujos nomes só Deus conhece e que conduziram uma existência na aparência perfeitamente normal…

“O seu exemplo testemunha que só quando se está em contacto com o Senhor é que uma pessoa se enche da sua paz e da sua alegria, podendo assim difundir por toda a parte serenidade e optimismo”.

Como notava o romancista francês Bernanos, a propósito da variedade dos carismas, “cada vida de santo é como que um novo florescimento de primavera”. Que assim seja também para nós, concluiu Bento XVI.








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