Cidade do Vaticano, 19 ago (RV) - Em meio a uma polêmica com o governo conservador
de Silvio Berlusconi, a respeito das recentes medidas contra a imigração ilegal adotadas
na Itália, a revista Família Cristã, maior publicação católica do país, chegará às
bancas amanhã declarando-se independente para assumir suas posições.
Duas
semanas atrás, a revista criticou o governo Berlusconi, auspiciando que "não se concretizem
as suspeitas de que na Itália esteja renascendo o fascismo sob outras formas". O governo
protestou e o Vaticano, por meio do Diretor da sala de imprensa, pe. Federico Lombardi,
declarou que a revista não representa a linha da Santa Sé e nem da Conferência Episcopal
Italiana (CEI) e que suas posições são, portanto, responsabilidade de sua direção.
Agora,
a revista responde reafirmando que não é um órgão oficial do Vaticano: “Família Cristã
nunca pretendeu expressar a linha política da Santa Sé e da CEI, que possuem os seus
próprios jornais, e sempre procurou se orientar pelo princípio 'in certis oboedientia,
in dubiis libertas', confirmado pelo Concílio Vaticano II: total, apaixonada fidelidade
à doutrina da Igreja, liberdade de juízo sobre as questões políticas e sociais até
onde não tocam os princípios e os valores 'irrenunciáveis' que descendem do Evangelho”.
O
artigo afirma que a imprensa católica, ao contrário de quase todos os outros meios
de comunicação, não tem por trás nenhum conflito de interesse, público ou privado,
e nem ligações econômicas ou políticas com nenhum grupo hegemônico na sociedade civil.
(CM)