Cidade do Vaticano, 18 ago (RV) - Em resposta ao apelo por prudência nas estradas,
uma paróquia do sul da Itália começou ontem mesmo a distribuir panfletos entre os
motoristas que circulavam na rodovia estatal Domiziana. Nos dizeres do folheto, as
palavras “Que cada viagem seja uma verdadeira peregrinação”.
A iniciativa foi
dos Passionistas, da comunidade de Mondragone, à qual pertence o teólogo Antonio Rungin,
autor de um ‘decálogo’ para o motorista sábio e prudente.
“Ao guiar – aconselha
o texto – seja atento e vigilante, evitando usar celulares, DVD, GPS, TV e outros
instrumentos que desviam a atenção da direção e da responsabilidade. Não usar substâncias
ou bebidas que possam alterar seu estado físico e psíquico. Evite toda tentação de
correr em estradas principais e secundárias, pois as causas mais freqüentes de acidentes,
com mortos e feridos graves, são atribuídas à alta velocidade”.
Em sintonia
com as recomendações do papa, padre Rungi recomenda observar ‘as leis do trânsito
nos mínimos detalhes, principalmente nos centros urbanos e áreas de maior tráfego’.
Também ressalta ser preciso proteger ‘as crianças e os passageiros que estão no carro,
com todos os sistemas de segurança da tecnologia moderna. Investir na segurança recompensa
sempre’.
Outro conselho: ‘não viajar cansados ou pressionados por estresses
de qualquer tipo’. E obviamente, ‘não competir com outros nas estradas, não responder
a provocações, guiando com tranqüilidade e serenidade; e não dar importância aos exibicionistas’.
Enfim, a estas regras civis, padre Rungi acrescenta ‘o pensamento constante
em Deus com a oração ou uma reflexão tranqüila sobre a Palavra, sobretudo quando no
carro estiverem pessoas que crêem e rezam’.
“Para mim – conclui o teólogo
– cada viagem deveria ser uma peregrinação. E não só ao partir para as férias, mas
principalmente na vida e nos afazeres ordinários e cotidianos”.
Também para
a Associação dos Amigos da Polícia Rodoviária, ASAPS, as palavras do Santo Padre sobre
o tema da segurança nas estradas são ‘realmente encorajadoras e comoventes. Desde
o início de seu pontificado, Bento XVI abordou o tema várias vezes, e com conhecimento
profundo’.
“A ASAPS está agradecida ao Santo Padre – diz um representante da
Associação – por ter lançado este importante apelo no mês de agosto, que como sempre,
registra longas manchas de sangue nas estradas. Com suas palavras, o pontífice retratou,
de modo muito eficaz, os riscos que corremos neste campo. A incidência e a aceitação
das tragédias rodoviárias são o pior inimigo do combate aos acidentes.
O chamado
à responsabilidade é também de extrema atualidade, em um contexto que vê sempre menos
‘Bons Samaritanos’ e mais ‘Piratas’, que desprezam a vida dos outros, ao ponto de
fugir após provocar a morte de inocentes.
As estradas ainda são o lugar onde
um motorista sem moral, bêbado ou que corre pode emitir uma sentença de morte e executá-la
imediatamente, sem apelo”.