2008-08-16 20:50:30

CARDEAL KASPER LEMBRA O IRMÃO ROGER SCHUTZ


Cidade do Vaticano, 16 ago (RV) - “Poucas pessoas da nossa geração encarnaram com tal transparência a face mansa e humilde de Jesus Cristo.” É com palavras repletas de reconhecimento e comoção que o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, recorda o fundador da Comunidade de Taizé, Irmão Roger Schutz, no terceiro ano de sua morte.

Irmão Roger foi uma “fonte de esperança reconhecida por muitos, inclusive por mim”, disse o purpurado alemão. O “monge símbolo do ecumenismo espiritual” tinha 90 anos quando, durante a oração da noite, foi assassinado por uma desequilibrada mental.

Numa entrevista ao jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos traça deste modo o perfil e a obra do monge:

“Durante toda a sua vida Irmão Roger seguiu o Cordeiro: com a sua doçura e a sua humildade, com a sua rejeição a toda ação de grandeza, com a sua decisão de jamais falar mal de ninguém, com o seu desejo de carregar em seu coração as dores e as esperanças da humanidade.”

A unidade dos cristãos encontrava-se no centro de seus desejos e de suas orações _ continua o cardeal _, “um fio condutor presente nas decisões mais concretas de cada dia: acolher com alegria toda ação que posa aproximar tradições diferentes, evitar toda palavra ou gesto que possa retardar a sua reconciliação”.

Uma meta perseguida _ sem jamais ser “precipitada ou nervosa” _ desde os anos da II Guerra Mundial quando Taizé, terra de confim, começou a acolher os refugiados de todas as religiões.

“Nascido numa família reformada, Roger Schutz fizera os estudos de teologia e se tornara pastor naquela mesma tradição”, recorda hoje o Cardeal Kasper. Todavia, desde os anos em que era um jovem pastor, “Irmão Roger buscou nutrir sua fé e a sua vida espiritual nas fontes de outras tradições cristãs, ultrapassando desse modo certos limites confessionais”.

E “ao longo dos anos, a fé do prior de Taizé se enriqueceu progressivamente com o patrimônio de fé do catolicismo”, tanto que a Igreja de Roma “permitira que ele recebesse a Eucaristia, como fazia toda manhã na grande igreja de Taizé”.

Por fim, o purpurado ressalta o papel fundamental, hoje, de Taizé, “modelo de comunidade que ajuda os jovens a superar as fraturas do passado e a olhar para um futuro de comunhão e amizade”, e dedica palavras de profunda estima e amizade ao Irmão Alois, sucessor de Irmão Roger. (RL)







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