Seul, 13 ago (RV) - Na Coréia do Sul, os católicos são contra a ultra-sonografia
para descobrir o sexo dos nascituros, porque seria um incentivo para os abortos seletivos. Uma
antiga tradição, comum também a outros países do Extremo Oriente asiático, prefere
ter um filho homem a uma mulher e, em respeito a esta tradição, muitas famílias recorrem
ao aborto seletivo, prática ilegal na Coréia do Sul, pelo menos até hoje. Entretanto
a Corte Constitucional de Seul poderá legalizá-la, pois declarou inconstitucional
a norma de 1987, que proíbe aos médicos revelar, às mulheres grávidas, o sexo do nascituro.
Esta norma de lei, segundo os católicos coreanos, impede o aumento do número dos abortos
seletivos com base no sexo do feto. O equilíbrio dos nascimentos entre meninos e meninas
no país é mais ou menos estável, estatisticamente, nas áreas urbanas, mas nas rurais
o desequilíbrio é total. No campo, com efeito, as tradições ancestrais determinaram
um desequilíbrio impressionante. Segundo o Padre Hugo Park Jung-woo, secretário-geral
do Comitê pela vida, da arquidiocese de Seul, a média de recé-nascidos no campo, em
2007, foi de 121,8 homens contra 100 mulheres. Em 1994, este desequilíbrio foi ainda
mais drástico: 202,2 homens frente 100 mulheres. Segundo a norma ainda em vigor
– informa o jornal L’Osservatore Romano – a violação do segredo médico relativo ao
sexo do nascituro é punido com uma multa que pode chegar a 10 mil dólares e com um
período de detenção não superior a 3 anos. (RG)