CRISE MORAL POR TRÁS DA CRISE ECONÔMICA, NA ÁFRICA
Pretória, 11 ago (RV) - Aumento dos preços dos combustíveis e dos gêneros alimentícios,
aumento da inflação e do desemprego, difusão da xenofobia e violência: é cada vez
mais crítica a situação econômica, social e política no sul da África, como denunciou
com premência, nestes dias, a Conferência episcopal que reúne os bispos de Botsuana,
Suazilândia e África do Sul.
Os trabalhos da assembléia plenária dos bispos,
iniciados quarta-feira passada, se concluirão amanhã, terça-feira, na cidade sul-africana
de Mariannhill, e se concentraram principalmente -informa o jornal “L’Osservatore
Romano” -sobre a crise moral e material que está invavadindo o sul do continente.
O
presidente da Conferência e arcebispo de Johanesburgo, Dom Joseph Tlhagale, lançou
um veemente apelo “a fim de que a política assuma as rédeas do sul da África, onde
o abismo entre ricos e pobres se faz cada vez maior”, reiterando que “no centro dessa
crise política que impera há uma crise dos valores morais”.
Daí, a exigência
da Igreja projetar uma estratégia e um programa de ação que se apoiem também numa
colaboração ecumênica e inter-religiosa.
Diante da impunidade que se difunde
nos países representados pelos bispos presentes e diante da perda de confiança na
liderança, em todos os níveis da sociedade, a missão da Igreja é proclamar a esperança,
“especialmente onde o desespero começa a tomar conta”.
O arcebispo de Johanesburgo
convidou a assembléia a interrogar-se sobre as causas que determinaram, nos últimos
anos, uma diminuição da presença católica no sul da África e a exortou a “trabalhar
mais, para envolver os nossos fiéis” e a adotar, “o quanto antes, uma nova abordagem
que leve as pessoas para a Igreja”. (RL)