L'OSSERVATORE ROMANO: SOLZHENITSIN FOI MURO CONTRA IDEOLOGIAS TOTALITÁRIAS
Cidade do Vaticano, 05 ago (RV) - Com dois longos artigos, o jornal do Vaticano,
L'Osservatore Romano, prestou ontem uma homenagem ao pensador, escritor e humanista
Alexander Solzhenitsin, falecido domingo em sua residência em Moscou, aos 89 anos.
O
jornal assegura que "num século em que tudo foi reduzido à política, com ideologias
(nazismo, comunismo) que levaram a uma negação jamais conhecida da humanidade e que
fizeram os homens se esquecerem de Deus, a obra de Solzhenitsin foi muralha contra
essas negações e um caminho para sair dessas tragédias".
"A atualidade das
idéias de Solzhenitsin está em sua espiritualidade", frisou o diário.
Alexander
Solzhenitsin será enterrado amanhã no cemitério do mosteiro Donskoi de Moscou, anunciou
um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa citado pela agência Interfax. "Este lugar
de descanso foi escolhido em vida pelo próprio" escritor e autorizado oficialmente
pelo patriarca Alecsey II, declarou o porta-voz, Nikolai Balashov.
Hoje, entretanto,
o corpo do célebre escritor russo, Prêmio Nobel de Literatura em 1970, que apresentou
os gulags ao mundo, será velado na Academia de Ciências de Moscou, onde será celebrada
uma cerimônia de despedida, anunciou em Moscou a Fundação Solzhenitsin. A cerimônia
vai durar todo o dia, indicou um porta-voz dessa Fundação.
Prêmio Nobel de
Literatura em 1970, o autor perdeu a nacionalidade soviética em 1974 e foi expulso
da URSS. Solzhenitsin viveu então na Alemanha, na Suíça e nos Estados Unidos, antes
de voltar à Rússia, em 1994, após o fim da União Soviética.
Patriota conhecido
por sua força profética e por uma enorme determinação, que lhe permitiu vencer um
câncer, o escritor dedicou sua vida à luta contra o totalitarismo comunista. (CM)