2008-08-01 12:16:07

Passos em frente no caminho da unidade da Ortodoxia, graças a recentes celebrações realizadas em Kiev


(1/8/2008) Bartolomeu I (de Constantinopla) e Aléxis II (de Moscovo) encontraram-se na capital ucraniana, por ocasião das celebrações dos mil e vinte anos da cristianização da Rus’ de Kiev (que decorreram nos passados sábado e domingo). Os dois patriarcas exprimiram a decisão conjunta de melhorar as relações entre Moscovo e Constantinopla , visando também superar as divisões entre os ortodoxos ucranianos.

“Decidimos actuar conjuntamente para melhorar as relações entre as duas Igrejas Ortodoxas – da Rússia e de Constantinopla – pois ambas são responsáveis pela unidade da Ortodoxia” – declarou Bartolomeu I, Patriarca Ecuménico de Constantinopla, após o encontro pessoal com Aléxis II, Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias. Um colóquio à porta fechada, domingo passado, na residência do metropolita Vladimir, chefe da comunidade ortodoxa russa da Ucrânia, após o encerramento das celebrações pelos 1020 anos do Cristianismo em terras da Ucrânia, a partir de Kiev, berço da Ortodoxia russa.

Se estes festejamentos tinham sido precedidos de dissabores e incompreensões entre Moscovo e Constantinopla, o resultado final satisfez ambas as partes. Bartolomeu defendeu a utilidade de “este género de encontros” que favorecem um diálogo construtivo, especialmente quando existem problemas entre Igrejas ortodoxas fraternas”. A referência é sobretudo às divisões crescentes entre Ortodoxos da Ucrânia.
Actualmente existem no país três grandes comunidades ortodoxas separadas entre si: Igreja Ortodoxa Ucraniana do patriarcado de Moscovo, a única por este reconhecida como legítima, liderada pelo Metropolita Vladimir; Igreja Ortodoxa ucraniana do Patriarcado de Kiev, guiada pelo Patriarca Filaret Denysenko; e uma Igreja Ortodoxa ucraniana autocéfala (estas duas últimas foram excluídas das celebrações de Kiev).

O clima de reaproximação entre Moscovo e Constantinopla foi patente na Liturgia ecuménica de encerramento, presidida por Bartolomeu I e concelebrada por Aléxis II, juntamente como os arcebispos de Atenas e de Tirana, o metropolita Vladimir - de Kiev, Na sua homilia, o Patriarca de Constantinopla concentrou as atenções sobre a unidade da Igreja e sobre o perigo de divisões que ofendem a Deus e tornam “os dons do Espírito Santo ineficazes para aqueles que são causa da divisão ou para aqueles que a ela são indiferentes”.
Por sua vez, o Patriarca Aléxis, numa saudação, declarou que “a unidade da Ortodoxia russa não impede que os Estados soberanos sucessores da Rus’ de Kiev vivam plenamente a sua existência”. A Igreja de Moscovo – assegurou – “respeita a sua soberania e está empenhada em incrementar a prosperidade das suas populações”. Aléxis II anunciou a sua intenção de participar no Sínodo pan-ortodoxo, em Istambul, em Outubro.

 







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