A Secção "Mobilidade Humana" do CELAM (Conferência Episcopal Latino-americana) preocupada
com o tráfico de pessoas
(1/8/2008) De 5 a 8 deste mês de Agosto terá lugar na cidade de Panamá um Encontro
Latino-americano sobre o tráfico de pessoas, visando a formação de agentes de pastoral
que possam actuar em três dimensões: prevenção, incidência e atenção às vítimas. Actualmente,
pessoas provenientes da América Latinas, Caraíbas, África, Ásia e Europa oriental
são deslocadas de um lado para o outro, sujeitas a enganos ou ameaças, obrigadas a
trabalhar em condições indesejáveis, com escassa remuneração, abusadas e em muitos
casos reduzidas à prostituição forçada. Calcula-se que hoje em dia haja em todo o
mundo de seiscentas e oitocentas mil vítimas desta forma moderna de escravatura. Em
80 % dos casos trata-se de mulheres, metade das quais de menoridade – segundo um Relatório
do Departamento de Estado norte-americano. Depois do tráfico de drogas e armas,
o tráfico de pessoas tornou-se a actividade económica mais lucrativa do mundo. Uma
das mais graves formas de violação dos direitos humanos numa sociedade cobarde, em
que todos correm o risco de cumplicidade, de um modo ou de outro. A América Latina
é uma das regiões do mundo onde mais intenso é o comércio de pessoas, fenómeno favorecido
pela mentalidade do emigrante latino-americano, tentado a crer que nos outros países
se vive melhor e se pode enriquecer facilmente. No caso da Colômbia, por exemplo,
para além dos quase quatro milhões de pessoas que vivem no estrangeiro, calcula-se
que em média deixam o país em cada dia que passa mais seis pessoas potenciais vítimas
do tráfico e da escravatura do nosso tempo. Nos últimos tempos registaram-se casos
de colombianos explorados em países vizinhos, como Equador e Panamá.