IGREJA CELEBRA HOJE SANTO IGNÁCIO DE LOYOLA: A ESPIRITUALIDADE DO FUNDADOR DOS JESUÍTAS
NA REFLEXÃO DO PE. GIANFRANCO GHIRLANDA
Roma, 31 jul (RV) - “Quero e desejo e é minha determinação deliberada” imitar
Jesus: assim escrevia Santo Ignácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, de
quem hoje se celebra a memória litúrgica. Nascido na Espanha em 1491 e falecido em
Roma no dia 31 de julho de 1566, Santo Ignácio está sendo recordado esta noite com
uma celebração eucarística na “Igreja romana del Gesù” _ onde o corpo do Santo é venerado
_ presidida pelo prepósito geral dos Jesuítas, Pe. Adolfo Nicolás. Mas qual é a atualidade
de Santo Ignácio e, em particular, de seus “Exercícios espirituais”? Quem nos responde
é o reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, Pe. Gianfranco Ghirlanda, entrevistado
pela Rádio Vaticano:
Pe. Gianfranco Ghirlanda:- “Focalizarei, sobretudo,
um ponto: o reto exercício da liberdade da pessoa. O anseio à liberdade é forte em
todo homem e é aquilo que constitui o homem como pessoa e imagem de Deus, mas esta
liberdade é a aprendizagem do equilíbrio e da retidão do uso da liberdade no encontro
da liberdade pessoal com a liberdade de Deus. É o encontro entre as duas liberdades
e é, portanto, a educação à verdadeira e responsável liberdade. Aí me parece estar
a modernidade e a atualidade dos Exercícios espirituais, que estão tendo uma retomada
cada vez maior. Não só os religiosos, mas são muitos os leigos que sentem essa exigência
de um contato profundo no Senhor, um método de oração de modo a adquirir uma liberdade
em suas escolhas.”
P. Santo Ignácio escrevia: “Senhor, dá-me o teu amor
e a tua graça e isto me basta”. Qual reflexão brota dessa máxima? Pe.
Gianfranco Ghirlanda:- “Se se encontra Cristo, tudo o mais perde seus contornos.
Não perde o sentido ou o valor, mas é colocado em seu justo lugar, de modo que efetivamente
a única coisa que vale é a graça de Cristo e o seu amor, porque é somente isso que
depois dá sentido a tudo mais, e então a própria vida pode dispensar tantas coisas,
mas certamente não pode abrir mão da graça e do amor de Cristo, porque do contrário
a própria vida perde sentido. Essa foi a mensagem que Santo Ignácio viveu, que nos
deixou e que é transmitida mediante os Exercícios. Os Exercícios se concluem com esta
oração, com este pedido, que é a mensagem que deixa a todo cristão. Se o cristão não
coloca Cristo acima de tudo, viverá uma vida cristã sempre sem sal e medíocre.” (RL)