PATRIARCAS ORTODOXOS BARTOLOMEU I E ALEKSEJ II BUSCAM MELHORAR RELAÇÕES ENTRE CONSTANTINOPLA
E MOSCOU
Kiev, 30 jul (RV) - Foram dados passos avante no caminho para a unidade da
Ortodoxia. Bartolomeu I e Aleksej II, em colóquio em Kiev, na Ucrânia, estabeleceram
aliança para melhorar as relações entre Constantinopla e Moscou e superar as divisões
entre os ortodoxos ucranianos.
“Decidimos trabalhar juntos para melhorar as
relações entre as duas Igrejas ortodoxas, a da Rússia e a de Constantinopla, porque
ambos somos responsáveis pela unidade da ortodoxia.” Assim se expressou o patriarca
ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, após o encontro com o patriarca de Moscou
e de todas as Rússias, Alekesj II. O colóquio, realizado a ‘portas fechadas’, teve
lugar no domingo passado em Kiev, na residência do metropolita Vladimir, na conclusão
das celebrações pelos 1020 anos de cristianismo na Ucrânia.
Se, por um lado,
os festejos foram precedidos de dissabores e incompreensões entre Moscou e Constantinopla,
por outro, o êxito dos eventos satisfez ambas as partes. Bartolomeu I defendeu a utilidade
de “análogos encontros” “para fins de um diálogo construtivo, especialmente se existem
problemas entre as Igrejas ortodoxas irmãs”. A afirmação refere-se às divisões existentes
e crescentes entre os ortodoxos ucranianos.
Hoje em Kiev _ disse Aleksej II
_ “foram aprofundadas as questões controversas e concordamos sobre o fato de que as
delegações das nossas comunidades devem dar respostas a esse respeito”.
O clima
positivo foi coroado com uma Liturgia ecumênica presidida por Bartolomeu I e concelebrada
por Aleksej II juntos aos arcebispos ortodoxos de Atenas (Grécia), Hieronymos, e de
Tirana (Albânia), Anastasios, ao metropolita de Kiev, Vladimir, e aos representantes
das Igrejas ortodoxas locais.
Em sua homilia, o patriarca de Constantinopla
chamou a atenção para a questão da unidade da Igreja e sobre o perigo de divisões
que ofendem a Deus e tornam “os dons do Espírito Santo ineficazes para aqueles que
são causa da divisão ou para aqueles que são indiferentes a ela”.
Em sua saudação,
Aleksej II declarou que “a unidade da ortodoxia russa não pode evitar que os Estados
soberanos sucessores da Rus’ de Kiev vivam plenamente a sua existência”, ressaltando
que a Igreja de Moscou “respeita a sua soberania e está interessada em incrementar
o bem-estar de seus povos”.
No final dos festejos o patriarca de Moscou e de
todas as Rússias fez um anúncio importante: o de querer participar do Sínodo pan-ortodoxo
previsto para se realizar em Istambul em outubro próximo, após uma ausência de 8 anos.
(RL)